A milícia xiita Ansaruallah cercou esta segunda-feira a residência do primeiro-ministro iemenita, em Sana, e esteve muito próximo do palácio presidencial, após confrontos mortais que lhe permitiram reforçar o domínio sobre a capital, indicou um porta-voz do Governo.
Ansaruallah, que estende a sua influência ao Iémen desde o ano passado, tomou, a 21 de setembro, o controlo de uma grande parte da capital do país, Sana.
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Hoje, lançou uma nova ofensiva sobre a capital, que esteve, durante várias, debaixo de fogo. Os confrontos entre milicianos e militares causaram nove mortos e 67 feridos, incluindo civis, indicou o Ministério da Saúde.
Ao fim do dia, foi decretado um cessar-fogo. A paragem dos combates foi confirmada por testemunhas, tendo um comité de representantes do Governo e da milícia Ansaruallah ficado encarregado de fiscalizar o cumprimento do cessar-fogo.
Horas antes do cerco à residência do primeiro-ministro, a caravana automóvel de Khaled Bahah, que regressava de uma reunião com o Presidente Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi, foi alvo de disparos dos milicianos, mas o chefe do Governo escapou ileso, avançou a ministra da Informação, Nadia al-Sakkaf.
Durante o dia de hoje, os combates ocorreram essencialmente a sul da capital, não muito longe do palácio presidencial. Contudo, o Presidente Al-Hadi não foi diretamente ameaçado, uma vez que não se encontrava no edifício, que só muito raramente o frequenta.
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Os milicianos bombardearam um acampamento da guarda presidencial, a sul do palácio, relataram testemunhas. Reforços de milicianos foram vistos em direção ao palácio presidencial, com dois carros blindados.
A televisão nacional e a agência noticiosa oficial Saba caíram nas mãos da Ansaruallah.
O porta-voz do Governo pediu «uma reunião de urgência», na terça-feira, entre todas as forças políticas do Iémen, para acabar com a violência.
Os combates de hoje aconteceram dois dias depois do rapto, pelas milícias xiitas, do chefe do gabinete do Presidente e um dos arquitetos do projeto da nova Constituição, Ahmed Awad bin Mubarak.
As milícias xiitas estão contra este texto, que prevê um Iémen federal, composto por seis regiões.
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