O ministro da Defesa espanhol, José António Alonso, afirmou esta segunda-feira, que o seu governo não tem qualquer prova de ilegalidades na utilização de bases militares espanholas para alegados voos da CIA com prisioneiros suspeitos de terrorismo. A notícia foi avançada pela agência Lusa.
Alonso respondeu, em declarações à Telecinco, a noticias de hoje do jornal «El Pais» sobre a utilização pelos Estados Unidos de bases militares em Rota (Cádiz), Morón de la Frontera (Sevilha) e Torrejón de Ardoz (Madrid) para escalas de voos da CIA com direcção a Guantanamo e com alegados terroristas presos a bordo.
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«Não temos provas de que se tenha produzido qualquer ilegalidade em território espanhol e se tivéssemos tido qualquer prova, em qualquer momento, não a teríamos tolerado, porque em matéria de direitos humanos não haverá nenhuma complacência», disse o ministro da Defesa.
O governante referiu que o executivo fez «tudo o que tinha que fazer», iniciando investigações e pedindo clarificações ao governo norte-americano, comparecendo perante os parlamentos espanhol e europeu para responder sobre o tema.
Comentando as notícias desta segunda-feira, o coordenador-geral da Esquerda Unida (IU), Gaspar Llamazares, pediu ao governo a «suspensão» do Convénio Bilateral com os Estados Unidos perante o que considerou «violação flagrante» da soberania espanhola.
A IU, que hoje apresentou no Congresso um pedido de criação de uma comissão de investigação sobre o caso, acusou o governo de estar «surdo, cego e mudo» perante o uso fraudulento pelos Estados Unidos das bases militares espanholas.
«As nossas bases não podem ser uma caixa negra onde os Estados Unidos manobram na obscuridade, à margem das leis internacionais», denunciou Llamazares.
Na sexta-feira, o governo de Madrid, a pedido da procuradoria espanhola, deliberou desclassificar todos os documentos relativos a voos da CIA que utilizaram aeroportos civis espanhóis, desconhecendo-se ainda se também serão facultadas à justiça informações relativas à utilização de bases militares.
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