Grupos levaram a cabo pilhagens nas lojas das ruas do centro de São Paulo e entraram em confronto com a Polícia Militar durante um protesto que corria predominantemente de forma pacífica nesta terça-feira (madrugada de hoje em Lisboa).
Os polícias, que até então não haviam interferido na manifestação, aumentaram o patrulhamento depois de as montras das lojas terem sido partidas e os manequins atirados contra outras lojas, afirmou a imprensa brasileira. Uma agência bancária e uma base da polícia também foram saqueadas e pessoas foram vistas carregando eletrodomésticos para fora de um estabelecimento invadido, segundo a «Folha de São Paulo».
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Bombas de gás lacrimogéneo foram usadas pela polícia de choque, e pelo menos seis pessoas foram detidas em flagrante. Outras 20 foram detidas sob suspeita.
Manifestantes tentam invadir a prefeitura de São Paulo
Antes, um grupo de manifestantes tentou invadir a sede do município, rompendo a barreira de grades que protegem o edifício. Lançaram objetos contra o edifício e partiram alguns vidros.
A polícia ainda chegou a usar spray com gás pimenta contra os que ultrapassaram o perímetro de segurança.
Reforço policial para cidades da Taça das Confederações
Entretanto, o governo brasileiro informou terça-feira que enviará tropas da Força Nacional de Segurança para cinco das cidades que acolhem a Taça das Confederações para reforçar a ordem pública.
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Manifestações pelo mundo fora
Centenas de brasileiros ocuparam na terça-feira a praça de Bayside, no centro de Miami, nos Estados Unidos, numa demonstração de apoio às manifestações registadas em várias cidades do Brasil.
«Miami apoia o Brasil», «O gigante acaba de despertar» ou «Mamã não te preocupes, estou a mudar o Brasil!», eram algumas das palavras de ordem dos cartazes.
Outros cartazes exibiam mensagens mais diretas como: «Quem precisa de estádios? Queremos escolas», «Não necessitamos de um mundial [de futebol]» ou «Desperta Brasil».
Também cerca de meio milhar de pessoas, de acordo com uma fonte da organização, manifestaram-se em Toronto, em frente a câmara municipal.
O protesto intitulado «O Ato de Toronto», decorreu em frente à câmara municipal da cidade canadiana. «Foi um protesto pacífico para chamar a atenção da população local o que se está a passar no Brasil», explico à Lusa Francisco Braúlio, um dos organizadores natural de Rio Grande do Sul.
Mas os brasileiros residentes no México e turistas do país sul-americano manifestaram-se na capital mexicana. «Somos residentes brasileiros no México e também turistas. Há gente que veio de todas as partes do país para participar», explicou Marcela Braz, que aderiu à mobilização, em declarações por telefone à agência noticiosa espanhola Efe.
Marcela Braz estimou em 300 o número de participantes na marcha, mas reconheceu que muitos integram o movimento estudantil mexicano «Yo Soy 132» («Eu sou 132»), que se juntou à iniciativa apoiando as reivindicações.
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