O presidente cubano Raul Castro declarou quinta-feira que o seu país está disposto a iniciar um diálogo com os Estados Unidos, desde que isso aconteça de igual para igual, sem colocar em questão «a soberania» de Cuba.
«Fizemos questão de dizer ao governo norte-americano, em privado e publicamente que estamos abertos a um diálogo sobre tudo, incluindo os direitos do Homem, a liberdade de imprensa, os prisioneiros políticos, tudo o que quiserem abordar», declarou Raul Castro em Cunama, 275 quilómetros a leste de Caracas, durante uma reunião dos países-membros da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba).
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A Alba é um bloco criado em 2004 pela Venezuela e Cuba para contrapor ao projecto de uma Zona de comércio livre das Américas (Zlea), promovido pelos Estados Unidos.
Ao bloco fundado pela Venezuela e por Cuba aderiram entretanto a Bolívia, a Nicarágua, as Honduras e a Republica Dominicana.
«Mas o diálogo deve acontecer em condições de igualdade, sem a menor duvida no que diz respeito à nossa soberania e sem a menor violação ao direito à autodeterminação do povo cubano», declarou.
Raul Castro respondeu assim à secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton, que apelou ao regime cubano que se democratize e que liberte os seus prisioneiros políticos.
O presidente norte-americano Barack Obama afirmou no México que espera para ver se Cuba está disposta a mudar, antes de tomar novas medidas destinadas a melhorar as relações entre os dois países.
Segunda-feira, Barack Obama levantou as restrições às viagens dos cubano-americanos para o seu país de origem e às transferências de dinheiro.
A política norte-americana em relação a Cuba deve estar no centro do debate durante a cimeira das Américas, a realizar em Trindade e Tobago até domingo.
Este é o primeiro grande encontro entre os países latino-americanos e a nova administração democrata e muitos países já fizeram saber que vão pedir a Barack Obama para levantar o embargo imposto desde 1962 à ilha.
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