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Grécia: mais de 2000 migrantes retidos 18 horas sem água ou comida

Polícia grega não consegue dar resposta aos pedidos de registo administrativo. Tensão intensificou-se nos últimos dias

Outro grupo, de cerca de 1.500 migrantes, foi colocado num espaço do estádio com alguma proteção do sol, mas também sem água ou comida. No meio do caos, uma pessoa terá sofrido um ataque de epilepsia. Desde o início do ano chegaram às ilhas gregas mais de 120.000 refugiados, um número sem precedentes. A Grécia já admitiu que não consegue dar uma resposta à crise migratória e, por isso, o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, já pediu ajuda à União Europeia.

A crise de migrantes na Grécia está fora de controlo e na ilha de Kos centenas de refugiados foram retidos, durante 18 horas, sem acesso a água ou comida. A denúncia parte das equipas médicas que têm estado nesta ilha grega e que descrevem a situação como insustentável.

Com milhares de migrantes, sobretudo da Síria e do Afeganistão, a chegar ao país, a polícia grega não consegue dar resposta aos pedidos de registo administrativo, isto é, aos documentos que permitem aos migrantes viajar para outros países. A tensão intensificou-se nos últimos dias e, na terça-feira à noite, mais de 2.000 refugiados acabaram fechados num estádio de Kos, sem acesso a água ou comida. Estiveram retidos durante 18 horas, até esta quarta-feira.

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A situação terá sido particularmente dramática para um grupo de 1.000 migrantes que esteve retido num campo de jogos do complexo desportivo, sem acesso a água ou comida e sem qualquer proteção do sol, sujeitos a uma grande desidratação.

Segundo a responsável dos Médicos Sem Fronteiras Constance Theise, que esteve no local, quatro pessoas desmaiavam por hora, esta quarta-feira.

“Temos pessoas inconscientes a serem trazidas pelos amigos ou a família a cada 15 minutos. Está absolutamente fora de controlo. Ninguém entende o sentido por detrás disto, se é que há algum sentido, de todo”, afirmou ao "The Guardian".

A situação é descrita pelos médicos e voluntários como inédita e, ao mesmo tempo, insustentável.

"É a primeira vez que vemos algo deste género na Grécia: pessoas fechadas dentro de um estádio e controladas polícia de motins. Estamos a falar de mães com os seus filhos e de idosos. Estiverem presos muitas horas ao sol", criticou a responsável dos Médicos Sem Fronteiras Julia Kouaf.

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