A crise de migrantes na Grécia está fora de controlo e na ilha de Kos centenas de refugiados foram retidos, durante 18 horas, sem acesso a água ou comida. A denúncia parte das equipas médicas que têm estado nesta ilha grega e que descrevem a situação como insustentável.
Com milhares de migrantes, sobretudo da Síria e do Afeganistão, a chegar ao país, a polícia grega não consegue dar resposta aos pedidos de registo administrativo, isto é, aos documentos que permitem aos migrantes viajar para outros países. A tensão intensificou-se nos últimos dias e, na terça-feira à noite, mais de 2.000 refugiados acabaram fechados num estádio de Kos, sem acesso a água ou comida. Estiveram retidos durante 18 horas, até esta quarta-feira.
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A situação terá sido particularmente dramática para um grupo de 1.000 migrantes que esteve retido num campo de jogos do complexo desportivo, sem acesso a água ou comida e sem qualquer proteção do sol, sujeitos a uma grande desidratação.
Segundo a responsável dos Médicos Sem Fronteiras Constance Theise, que esteve no local, quatro pessoas desmaiavam por hora, esta quarta-feira.
“Temos pessoas inconscientes a serem trazidas pelos amigos ou a família a cada 15 minutos. Está absolutamente fora de controlo. Ninguém entende o sentido por detrás disto, se é que há algum sentido, de todo”, afirmou ao "The Guardian".
A situação é descrita pelos médicos e voluntários como inédita e, ao mesmo tempo, insustentável.
"É a primeira vez que vemos algo deste género na Grécia: pessoas fechadas dentro de um estádio e controladas polícia de motins. Estamos a falar de mães com os seus filhos e de idosos. Estiverem presos muitas horas ao sol", criticou a responsável dos Médicos Sem Fronteiras Julia Kouaf.
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