PUB
Ainda que temesse pela própria vida, Abdul Ali Lahari não conseguiu ficar quieto ou procurar refúgio enquanto Seifeddine Rezgui assassinava todos os turistas que encontrou na praia em frente do hotel Riu Imperial Marhaba, em Sousse, na Tunísia.
Lahari foi um dos “heróis” tunisinos que perseguiram o som das balas da arma do terrorista, que massacrou 39 turistas na última sexta-feira, com esperança de o conseguir travar. Numa entrevista à norte-americana CNN, o jovem, que estava apenas há um mês a trabalhar naquela praia, contou a agonia que viveu naquele dia e a desolação que sente pelos estrangeiros mortos.
PUB
Questiona-se se algum dia os turistas vão regressar ao país como antes, se algum dia conseguirão esquecer, e perdoar a Tunísia.
Durante os cerca de 45 minutos que esperaram pelas autoridades, Ladhari e outros fizeram o que puderam para minimizar os horrores deixados pelo terrorista do Estado Islâmico. Cobriram os cadáveres espalhados pela praia, “para devolver alguma dignidade” àquelas pessoas e procuraram por sobreviventes. Sempre com medo que um segundo atirador aparecesse.
três sobreviventesuma mulherum meninoum homem“Avançámos, tapámos os turistas que morreram e esperámos, assustados, naquele caos. Estávamos com medo que aparecesse um segundo atirador. Foi um desastre”, disse.
PUB
queriam servir de escudo“Ela disse: ‘Ele tem uma arma, ajudem-nos’. (…) [O homem] perguntou-me ‘a minha mulher está morta?’ Eu verifiquei o pulso e respondi ‘Sim, está’. Uma lágrima caiu-lhe pela cara. Agradeceu a Deus por ela não ter sofrido. Depois morreu”.
Seifeddine Rezgui“Corremos contra [o terrorista]. Ele disse ‘Não tenho nenhum problema com os árabes. Os meus alvos são os europeus.' (...) Corremos ainda mais! Não o podíamos largar! Sim, tivemos medo. [Estávamos] aterrorizados, mas não podíamos recuar”.
12 pessoas foram detidas“Ele matou-os. Destruiu-os, e destruiu-nos junto com eles”.
As autoridades estão certas que Rezgui teve ajuda a planear o ataque e procuram uma ligação a alguém que terá fornecido a arma e o ensinou a usá-la - ao ponto do assassino estar calmo e soltar gargalhadas enquanto matava os estrangeiros.
O ataque de Seifeddine Rezgui foi o mais mortal de sempre na Tunísia. O terrorista matou 39 turistas, incluindo uma portuguesa.
PUB