Morreu o procurador turco que foi feito refém durante mais de seis horas, esta terça-feira, num tribunal em Istambul. Mehmet Selim Kiraz foi baleado três vezes na cabeça e duas no corpo. Ainda foi transportado para um hospital, mas acabou por morrer. Os dois sequestradores da Frente Partidária de Libertação do Povo Revolucionário (DHKP-C, na sigla em turco) foram mortos quando a polícia entrou no tribunal de Istambul.
Uma testemunha contou à Reuters que ouviu tiros a serem disparados dentro do tribunal, assim como explosões, e viu ainda fumo a sair de uma janela.
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Segundo o chefe da polícia, Selami Altinok, as autoridades estavam em contacto com os sequestradores, mas decidiram entrar no tribunal quando começaram a ouvir tiros.
Os radicais de extrema-esquerda tinham divulgado durante o dia uma fotografia do procurador com uma arma apontada à cabeça.
O procurador Mehmet Selim Kiraz estava a investigar o caso de Berkin Elvan, um jovem de 14 anos que ficou gravemente ferido durante um protesto antigoverno e que, após ter estado nove meses em coma, acabou por morrer.
O DHKP-C escreveu no seu site quais eram as exigências dos sequestradores: queriam que o polícia que alegam ter matado o rapaz confessasse o crime na televisão, que os agentes envolvidos na carga policial fossem julgados em tribunais populares e que as acusações contra os manifestantes que saíram à rua para protestar contra esta morte violenta fossem retiradas.
O pai de Berkin Elvan divulgou esta terça-feira um vídeo no qual apelava aos dois radicais que poupassem a vida do procurador. «Queremos justiça. Não queremos que alguém derrame sequer uma gota de sangue. Não queremos que outras mães chorem», disse Sami Elvan.
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