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Kosovo: dezenas de agentes sérvios desertam

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Cerca de 170 dos 800 agentes da força policial ou abandonaram ou já não são vistos no trabalho desde a declaração da independência

Dezenas de agentes sérvios desertaram da força de Polícia do Kosovo desde que o novo Estado declarou a independência, admitiu esta quinta-feira a instituição, a única onde existia efectiva cooperação entre os kosovares sérvios e albaneses, escreve a Lusa.

Cerca de 170 dos 800 agentes da força policial ou abandonaram ou já não são vistos no trabalho desde a declaração da independência de 17 de Fevereiro. Dezenas de outros ameaçaram fazer o mesmo.

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As deserções agradam às autoridades de Belgrado, que têm encorajado os sérvios do Kosovo a boicotar as instituições do inexperiente governo. Contudo, elas são vistas como um golpe para a missão das Nações Unidas no Kosovo que tem injectado milhões de dólares e anos de esforço para criar e treinar a força policial.

«Temos polícia suficiente para lidar com qualquer coisa», disse Luis Cisneros, um porta-voz da polícia da ONU. «Mas queremos que todos estejam contentes, tanto sérvios como albaneses. Isso é o principal».

A força policial multi-étnica tem sido elogiada como uma das poucas histórias de sucesso de trabalho conjunto entre os kosavares sérvios e os de etnia albanesa.

Mas a polícia tem sido particularmente pressionada desde a declaração de independência, que foi seguida de manifestações violentas dos sérvios, fazendo temer um conflito mais amplo.

A Sérvia pretende tomar acções legais contra os governos que reconheceram a independência do Kosovo. O governo de Belgrado decidiu hoje a formação de uma equipa para determinar quais os tribunais internacionais que poderão ter jurisdição neste caso.

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Coerente com a sua promessa de tentar bloquear o Kosovo de aderir a organizações internacionais, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Sérvia abandonou uma reunião com os seus parceiros em Sofia, Bulgária, quando um delegado do Kosovo subiu à tribuna para falar.

«O Kosovo não será membro das Nações Unidas, não será membro da OSCE. E como tal, não pertencerá à comunidade mundial das nações soberanas», disse Vuk Jeremic aos delegados à reunião.

Mas os alicerces para uma maior integração regional têm sido preparados em Viena, Áustria, onde representantes dos países que apoiam a independência do Kosovo realizam a sua reunião inaugural. O grupo irá ajudar a guiar a nova nação.

Dívida internacional do Kosovo

O governo sérvio, entretanto, adiou as discussões sobre a polémica questão de deixar de pagar a dívida internacional do Kosovo.

A Sérvia tem estado a pagar a dívida de 1,2 mil milhões de dólares, embora não tivesse qualquer autoridade sobre a província desde 1999, quando a NATO lançou os bombardeamentos aéreos para forçar Belgrado a terminar a repressão dos separatistas albanesas.

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100 mil sérvios permanecem no Kosovo

Os nacionalistas argumentam que a Sérvia deve continuar a pagar para continuar a reivindicar a sua soberania sob o Kosovo.

Os cerca de 100 mil sérvios que permanecem no Kosovo ignoraram a declaração de independência e ameaçaram criar as suas próprias instituições na extremidade norte, onde vive a maioria da minoria sérvia.

A vasta maioria da população do Kosovo é de etnia albanesa. Os sérvios representam apenas 10 por cento dos dois milhões de pessoas da região, mas consideram o Kosovo como o berço da sua cultura.

A vaga de abandonos por parte dos agentes é particularmente evidente no sudeste do Kosovo, onde existem vários enclaves sérvios.

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