O primeiro-ministro da Bósnia, o sérvio Nikola Spiric, pediu esta quinta-feira a demissão do cargo em sinal de protesto contra as medidas impostas pela comunidade internacional, abrindo mais uma crise política profunda no país.
«Informo a opinião pública bósnia que apresentei a minha demissão junto da presidência da Bósnia», afirmou Spiric numa conferência de imprensa, acrescentando ter informado previamente os ministros e que assumirá o governo de gestão até que seja nomeado um novo chefe do executivo de Sarajevo.
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As divergências de opinião entre os políticos das três principais comunidades bósnias (sérvia, muçulmana e croata) abriram já um período de incerteza na ex-república jugoslava, que não tem permitido aprovar as reformas reclamadas por Bruxelas em troca de uma aproximação à União Europeia (UE).
A presidência tripartida da Bósnia vai reunir-se sexta-feira em Sarajevo para analisar a situação política.
A crise começou a 19 de Outubro último, quando o Alto Representante da Comunidade Internacional na Bósnia, Miroslav Lajcak, impôs às autoridades bósnias uma série de medidas para tornar mais eficaz a governação, bloqueada por rivalidades étnicas.
Essas medidas foram todas rejeitadas pelo conjunto dos partidos sérvios bósnios, que, normalmente, se opõem a qualquer iniciativa visando reforçar as instituições cenrais na Bósnia.
A demissão de Spiric surge na sequência de uma reunião, também em Sarajevo, do Conselho para a Manutenção de Paz (PIC) na Bósnia, que apoiou «firmemente» as medidas.
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