Um estudante foi retirado com vida depois de ter estado 80 horas soterrado nos escombros de uma escola em Beichuan, no Sudeste da China, anunciou a agência oficial Nova China, citada pela agência Lusa. No país, começou a crescer uma onda de solidariedade.
A Nova China informou que as equipas de salvamento em Beichuan continuam a ouvir gritos de socorro de pessoas soterradas, admitindo, por isso, a possibilidade de retirar mais pessoas com vida.
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O número confirmado de mortes devido ao tremor de terra de segunda-feira na China é de 19.509, mas as autoridades afirmam que deve ser mais do que o dobro disso, rondando os 50.000.
Onda de solidariedade
As consequências do sismo desencadearam uma campanha de solidariedade que está a mobilizar pessoas e empresas para apoiar as populações e enviar ajuda às zonas mais afectadas.
Mensagens de telemóvel, apelos em páginas da Internet, palavras de ordem em correios electrónicos, acção cívica e donativos constituem algumas das formas que cidadãos e empresas chinesas estão a pôr em marcha para intervir no auxílio e recuperação da tragédia que atingiu o sudoeste do país.
«Estou muito satisfeito com a resposta do Governo, dos grupos sociais, universidades e empresas que organizaram a recolha de donativos», disse à Agência Lusa Wang Buran, que viveu o sismo em Chengdu. «Parece que desde a pessoa mais comum à autoridade máxima todos querem ajudar», acrescentou o engenheiro de 29 anos.
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De acordo com o Ministério da Administração Interna chinês, enquanto os esforços de resgate continuam numa luta contra o tempo para salvar vidas, os donativos públicos, tanto em dinheiro como em material, somam já 86 milhões de dólares (55,7 milhões de euros).
Numa das mensagens que circula por correio electrónico lê-se: «Quando o terramoto abala a terra, marchamos abrindo um caminho! Com coragem, vamos enfrentar os sofrimentos e dificuldades. Nós, chineses, erguemo-nos direitos! Transmite esta mensagem a cinco amigos e reze pela paz dos habitantes nas zonas atingidas pela calamidade».
Nas páginas de Internet chinesas mais populares como a sina.com, xinhuanet ou tianya.cn, internautas expressaram a sua preocupação e apoio às vítimas do sismo e referiram que estavam a rezar pela segurança dos cidadãos de Wenchuan, epicentro do terramoto onde as equipas de salvamento vão chegando com dificuldades e têm encontrado cidades completamente destruídas e milhares de pessoas entre os escombros.
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«Por favor, sejam corajosos e confiantes», escreveu um internauta de nome wushuowei na página tianya.com.
Portugueses também ajudam
«Eu recebi um apelo para ajudar com a entrega de bens essenciais ou dinheiro através da newsletter de uma livraria que recebo por correio electrónico», contou à Lusa Sónia Câmara, 32 anos, designer gráfica em Pequim.
Sónia Câmara referiu que até os números de vítimas começarem a aumentar, não se tinha apercebido de «como o terramoto foi uma autêntica tragédia».
«Vou contribuir com energia humana que é o mínimo que posso fazer uma vez que não estou em Chengdu. Vou dar algum dinheiro, alimentos e roupas», assegurou.
Segundo o jornal oficial China Daily, em apenas 72 horas, mais de 1000 empresas contribuíram com milhares de renminbi, com 16 das maiores empresas estatais a doarem 113 milhões de renminbi (10,4 milhões de euros) cada uma.
A China Insurance, maior empresa de seguros do país, afirmou que vai auxiliar todas as crianças que perderam os pais no sismo até que elas tenham 18 anos.
O actor Jackie Chan e o basquetebolista chinês dos Houston Rockets Yao Ming, contribuíram com 10 milhões de renminbi (926 mil euros) e mais de sete milhões de renminbi (648 mil euros) respectivamente e a fundação de Jet Li, estrela do Kung Fu, doou um milhão de renminbi (cerca de 92 mil euros) e enviou voluntários para Sichuan.
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