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Não existem «homens sem medo»

Investigações poderão abrir caminho a novas terapias para o stress e a síndrome pós-traumática

Investigações promissoras apresentadas no congresso anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Chicago, poderão abrir caminho a novas terapias para o stress e a síndrome pós-traumática.

«Há uma pequena minoria de pessoas que ficam espantosamente calmas em situações de stress extremo e cujo perfil hormonal é único», disse no congresso o psiquiatra Deane Aikins, da Universidade de Yale, citando o caso do piloto do avião que amarou recentemente no rio Hudson, em Nova Iorque.

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Contrariamente à maioria das pessoas na mesmas situações, nesses indivíduos a taxa da hormona cortisol, que aumenta no sangue em reacção ao stress, mantém-se baixa, ao mesmo tempo que sobe a dos péptidos, que protegem contra o stress, explicou o especialista.

Neste trabalho, baseado em estudos feitos com militares, Aikins conclui que algumas pessoas se mantêm frias sob pressão e têm um desempenho muito bom, enquanto outras entram em pânico.

O investigador estudou os níveis hormonais dos militares, alguns deles das forças especiais, durante exercícios de treino extremos, como simulação de sobrevivência ou natação de combate.

Não existem «homens sem medo», mas certas pessoas estão naturalmente mais bem preparadas para lidar com ele e não mostram sinais de pânico. «Nascem com isso», sublinhou.

Estabelecido o perfil hormonal, a investigação chegou a um ponto em que, segundo Aikins, será possível formar pessoas para resistirem melhor ao stress, através terapias hormonais ou mentais.

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Outros investigadores estão a testar terapias com fármacos contra a síndrome pós-traumática, que afecta cerca de 20 por cento dos militares que regressam do Iraque, nomeadamente através de medicamento do tipo «bloqueador beta» para ser administrado imediatamente depois do trauma e que parece diminuir futuros ataques.

Segundo Karestan Koenen, professora de Saúde Pública na Universidade de Harvard (Massachusetts), 50 por cento da população desenvolve esta síndrome depois de ter sofrido um choque, como uma violação na mulher ou um acidente grave.

As suas investigações, feitas com adultos e crianças na Nova Zelândia, revelaram que factores genéticos e causas socio-culturais predispõem os indivíduos a sofrer desta síndrome, tendo citado entre outras a pobreza na infância e uma mãe depressiva.

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