O nível de vigilância no Vaticano e em diversas regiões da Itália foi esta quarta-feira reforçado devido aos atentados e ameaças de grupos islamitas ocorridos nos últimos meses, referiram responsáveis oficiais.
Um dia após a aprovação pelo Governo italiano de novas medidas de segurança devido aos receios de um aumento das ameaças terroristas provenientes do caos em que se encontra a Líbia, o novo comandante dos Guardas Suíços, Christoph Graf, admitiu medidas adicionais de precaução para garantir a segurança do papa Francisco.
«O que aconteceu em Paris com o [atentado ao semanário satírico] Charlie Hebdo pode também acontecer no Vaticano, e estamos prontos a intervir para defender Francisco», afirmou ao diário Il Giornale o comandante deste corpo de exército, responsável com a Gendarmaria vaticana [um corpo policial militar] pela proteção do papa.
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«Estamos bem organizados com a gendarmaria. Eles também estão prontos», acrescentou o comandante, que assumiu as suas funções no início de 2015. Segundo os media italianos, o seu antecessor foi despedido devido a um estilo demasiado rígido e autoritário.
O gosto do pontífice argentino pelos contactos diretos não facilita a tarefa dos corpos de segurança, mas Francisco «não gosta quando as pessoas, e também o pessoal de segurança, ficam muito perto dele. Respeitamos esse pedido e permanecemos um pouco distantes», explicou o comandante.
O essencial da segurança do papa, no Vaticano e nos outros locais, assenta na Gendarmaria vaticana, que integra 150 homens. Fundada no século XIX, utiliza meios informáticos modernos em ligação com a Gendarmaria e os serviços secretos italianos. Desde 2008 que dispõe de um grupo de intervenção rápido com treino antiterrorismo.
Ao seu lado, os 110 Guardas suíços asseguram a guarda à entrada do Palácio pontifical, com a sua célebre indumentária do período do Renascimento, mas também a proteção próxima do papa, e neste caso à civil.
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A existência desde corpo remonta a 1527, e Christoph Graf foi forçado a desmentir os rumores de que o papa Francisco está a considerar a sua dissolução. No entanto, reconheceu dificuldades de recrutamento.
Segundo o cardeal Pietro Parolin, número dois da Santa Sé, o ministro italiano do Interior, Angelino Alfano, assegurou-lhe na terça-feira que «não existe uma ameaça [terrorista] particular relacionada com o Vaticano».
O cardeal apelou à vigilância mas «sem cair no alarmismo».
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