O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, diz que as fraudes eleitorais detectadas no escrutínio realizado no ano passado foram da responsabilidade de observadores estrangeiros, apontando o dedo a um responsável das Nações Unidas (ONU) e a outro da União Europeia (UE).
«Houve fraude nas eleições presidenciais e provinciais, sem dúvida que houve uma fraude massiva», disse Karzai, citado pela BBC, acrescentando: «Esta não foi uma fraude de afegãos, mas a fraude de estrangeiros, a fraude de [Peter] Galbraith [o ex-número dois na missão das Nações Unidas no Afeganistão], a de [Philippe] Morillon [chefe dos observadores da UE], e os votos da nação afegã estavam sob o controlo de uma embaixada».
PUB
Em declarações à BBC, Galbraith descreveu como «absurdas» as alegações por parte do chefe de Estado afegão. «Inicialmente pensei que era uma brincadeira de 1 de Abril, mas depois dei conta que não tenho esse tipo de intimidade ou relação pessoal com o presidente Karzai para ele fazer isso», referiu o antigo diplomata norte-americano, que deixou o cargo no ano passado, depois de ter afirmado que as Nações Unidas não estavam a fazer tudo o que era necessário para combater as fraudes eleitorais.
Os resultados das eleições presidenciais afegãs estiveram envoltos numa polémica que se prolongou durante vários meses. Hamid Karzai nunca chegou a ser declarado vencedor da primeira volta e só foi reconduzido no cargo após a desistência do seu adversário da segunda volta, Abdullah Abdullah.
PUB