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Eleições nos EUA levam eleitores ao limite da saturação

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Estados decisivos enfrentam telefonemas diários e mais de 300 anúncios por dias nas televisões

A um dia das eleições norte-americanas, os eleitores estão saturados de publicidade e de telefonemas das campanhas e a mobilização para as urnas é crucial, disse à agência Lusa o analista político Pedro Magalhães.

Investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Magalhães esteve nos últimos dias no Estado do Ohio, um dos mais disputados pelas campanhas do democrata Barack Obama e do republicano Mitt Romney, e afirma que «nesta altura já não há muito mais para fazer».

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«As casas são bombardeadas diariamente com telefonemas, mas as pessoas com quem falei dizem que já deixaram de atender o telefone. Tentam também evitar os anúncios televisivos, que no Ohio são, em média, mais de 300 por dia, nos vários canais, gravando os programas e vendo depois», disse à Lusa.

No Ohio, mas também na Florida, Iowa, Colorado, entre outros Estados, as campanhas tentam contornar a questão concentrando anúncios na hora das notícias, algo que as pessoas gostam de ver em direto e nessa altura praticamente não há anúncios que não sejam políticos.

Quase 90 por cento dos votantes do Ohio, segundo uma sondagem do Dispatch, dizem já ter sido contactados de alguma forma pelas candidaturas, sublinha Magalhães, que esteve naquele Estado a preparar um livro com colegas da Universidade de Ohio State.

Até próximo do fecho das urnas, os «call center» das duas campanhas estarão ininterruptamente a contactar eleitores para se certificar que vão votar, a chamada operação de «caça ao voto».

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«Em países com alta abstenção, a mobilização é tão ou mais importante que a persuasão. Há um relativo consenso que Obama é mais forte aí», afirma Magalhães.

«Ontem estive num local de voto antecipado em Franklin County. Contei quatro voluntários republicanos, para mais de 10 democratas. Havia carrinhas da candidatura Obama que transportavam eleitores das zonas da cidade menos bem servidas por transportes públicos. Os sinais que vi confirmam o que se diz», adianta.

Embora as sondagens nacionais deem um empate técnico, Obama está em vantagem nas últimas pesquisas nos chamados Estados «campo de batalha», que podem dar-lhe os votos necessários para conseguir a vitória no Colégio Eleitoral.

«Em termos de grandes eleitores seguros, [Obama tem] vantagem há muito tempo, se bem que pequena, na maioria dos Estados em disputa», diz o cientista político português, observador atento das eleições norte-americanas.

Sobre o efeito que o furacão Sandy pode ter tido nas eleições, Magalhães aponta para estudos de opinião que indicam que «com segurança que não prejudicou Obama».

«Mas não há sinais inequívocos que tenha sido causador da consolidação de Obama recente nas sondagens. Acontece muita coisa ao mesmo tempo, e é difícil atribuir a um fenómeno singular», disse.

«Por exemplo, há um anúncio de Romney que fala de transferência de fábricas Jeep para a China e que foi explicitamente desmentido pela Chrysler, que, muitos me disseram, o terá prejudicado bastante no Ohio», adiantou Magalhães.

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