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Portugueses vivem o «Carnaval» das eleições no Brasil

Trabalham, estudam ou simplesmente viajam pelo país que vai a votos no domingo. Saiba como eles vêem a campanha

O Brasil vai a votos no domingo. Vão eleger-se deputados, governadores, senadores e o novo presidente. Há centenas de lugares em disputa e os candidatos queimam os últimos cartuchos com tudo o que podem. Para os portugueses que estão lá, é todo um novo «Carnaval» a que não estão habituados.

INFOGRAFIA: perceba melhor como funcionam as eleições gerais no Brasil

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«As campanhas no Brasil acompanham o cunho carnavalesco que se reflecte na maioria das suas actividades políticas e sociais. Um estilo completamente diferente do nosso, no mínimo mais sério. Mas também acho que isso faz parte de uma personalidade cultural do povo brasileiro que é naturalmente mais dramático, mais alegre e festivo», disse ao tvi24.pt Rita Cardoso.

A recém-licenciada em jornalismo está no Rio de Janeiro e constata que é «difícil» não acompanhar as eleições, tanto é o espalhafato. «Os candidatos apresentam-se de todas as formas: televisão, outdoors imensos, panfletos, twitter, campanhas de rua por todo o lado, bandeiras, etc. Tudo junto transformam o período eleitoral num momento de poluição não só visual como sonora», contou.

Rita adora assistir ao «Horário Eleitoral Gratuito», o tempo de antena onde os candidatos se apresentam. «Passou a ser um momento de humor na televisão», confessou.

Um dos seus preferidos é o Tiririca, o candidato palhaço, mas denuncia: «A sua candidatura foi planeada para que os votos que ele receba elejam outros deputados do partido que têm baixa reputação ou são conhecidos por corruptos, logo não conseguiriam ser eleitos. Ou seja, muitos votam numa personagem como o Tiririca até como forma de protesto, mas acabam por eleger deputados que nem se apresentam na corrida.»

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No seio de uma grande cidade como é o Rio, a jornalista portuguesa não tem noção da esmagadora maioria que apoia a candidata Dilma Rousseff. «Posso dizer que todos os brasileiros com quem tenho contacto não gostam do Lula e definitivamente não vão votar na Dilma. No entanto, a realidade de um país tão grande é muito diversificada», explicou.

Sendo Dilma «a mulher do Lula», Rita não se admira que «o povão» vote nela. «Lula conseguiu aumentar o emprego e, como eles dizem, agora tem comida na mesa. Mas isso são verdades que escondem uma realidade de corrupção, politização dos cargos públicos e tentativa de controlo da imprensa, que não agrada às pessoas com quem convivo. Mas penso que isso não será a maior das preocupações noutras zonas do país...», concluiu.

«Ninguém respeita ninguém nesta luta»

Carina Silva está a fazer uma longa viagem pela América do Sul e por estes tempos «parou» em Salvador da Bahia. A jovem portuguesa ficou surpreendida com a ferocidade da propaganda política, mas também admite que é mais «caricato» do que «propriamente sério».

«Tem pouco de parecido [com as campanhas em Portugal]. Tudo é válido aqui e chega a ser caricato. Ninguém respeita ninguém nesta luta, e a corrupção é tanta que começa pela campanha eleitoral», afirmou ao tvi24.pt.

Assessora de profissão, Carina diz que é «impossível» fugir às eleições, «porque a propaganda política é de tal forma feroz que chega a irritar». Quanto à sua candidata «preferida», elege o anúncio da candidata a deputada mulher melão. «Pelos seus implantes mamários a explicar o porquê da sua candidatura», brincou.

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