Activistas de Hong Kong vão tentar transmitir em directo, através da Internet, a vigília em homenagem às vítimas do massacre de Tiananmen para que os residentes no continente chinês, onde o assunto é tabu, possam assistir, informa a Lusa.
O activista Yang Kuang, animador da Green Radio, está a liderar os esforços para que este ano o Governo chinês não consiga bloquear o acesso à página electrónica onde será transmitida, em directo, a vigília de 4 de Junho.
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«Em 2009 houve muita gente do continente chinês a assistir à vigília através da Internet e como há muitas pessoas que não podem vir até Hong Kong para esta iniciativa, vamos dar o nosso melhor para lhes proporcionar uma solução tecnológica», refere Yang, citado na edição desta quinta-feira do jornal South China Morning Post, da ex-colónia britânica.
Em 2009, o Governo chinês conseguiu detectar o único servidor em que a Green Radio estava a basear a sua transmissão da vigília e rapidamente bloqueou o acesso à página electrónica a partir do continente chinês.
A Green Radio garante que este ano vai recorrer a pelo menos 40 servidores com a ajuda de várias pessoas que se juntaram a esta causa na ex-colónia britânica, o que dificultará o bloqueio pelas autoridades, explicou Yang Kuang.
A Região Administrativa Especial de Hong Kong, às portas da China, é há 20 anos palco das comemorações mais importantes da repressão que ocorreu na noite de 3 para 4 de Junho de 1989 na praça Tiananmen de Pequim, onde milhares de estudantes faziam um protesto pacífico contra o regime chinês. Hong Kong foi ainda refúgio e ponto de passagem de numerosos dissidentes de Tiananmen.
O Governo chinês mantém a sua tese de que o movimento foi um «tumulto contra-revolucionário» e a discussão pública sobre a acção dos estudantes é ainda tabu no país, apesar de ser lembrado anualmente nas duas regiões administrativas especiais da China ¿ Hong Kong e Macau ¿, que se regem por um sistema político distinto do do continente.
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