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Uma em cada quatro crianças está em risco de pobreza na UE

Relatório da Agência da União Europeia para os Direitos Fundamentais indica que pelo menos 25 milhões de crianças na União Europeia vivem em agregados com baixos rendimentos, sem condições e onde a fome é frequente

Pelo menos 25 milhões de crianças na União Europeia vivem em agregados com baixos rendimentos, sem condições e onde a fome é frequente, revela um relatório da Agência da União Europeia para os Direitos Fundamentais (FRA) esta quarta-feira divulgado.

O relatório "Combating child poverty: an issue of fundamental rights", divulgado a propósito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que se assinala esta quarta-feira, conclui que uma em cada quatro crianças menores de 18 anos está em risco de pobreza e exclusão social no conjunto da União Europeia.

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O documento, que tem como referência o ano de 2016, aponta que a média dos 28 países não reflete, no entanto, "importantes disparidades nacionais".

Em Estados membros como a Roménia (49,2%) e a Bulgária (45,6%) quase metade das crianças estavam em risco de pobreza e exclusão social.

Mais de 30% das crianças corriam risco de pobreza e exclusão social em países como a Grécia (37,5%), Hungria (33,6%), Itália (33,2%), Espanha (32,9%) e Lituânia (32,4 %).

As percentagens mais baixas registaram-se na Dinamarca (13,8%), Finlândia (14,7%) e Eslovénia (14,9%).

Portugal contava-se entre os países com entre 20 e 29% de crianças em risco de pobreza e exclusão social.

O risco afeta as crianças europeias de uma maneira global, mas é pior em alguns grupos, nomeadamente entre as comunidades ciganas e os migrantes.

De acordo com o estudo, 90% das crianças ciganas em nove Estados-membros são pobres.

A média de crianças em risco de pobreza e exclusão social na Europa registou uma variação mínima nos últimos 10 anos, quando comparada com o período antes da crise económica e do lançamento da Estratégia Europa 2020, que tem a redução da pobreza como um dos objetivos principais.

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Em 2008, a média de crianças em risco na Europa a 27 era de 26,5%. Durante a crise económica, essa percentagem aumentou para 28,1% em 2012. Em 2016, a média é de 26,4%, uma taxa semelhante à de há 10 anos, segundo as mais recentes estatísticas europeias citadas no estudo.

Esta taxa é também superior aos 23,5% de risco na população em geral.

Em termos absolutos, há na União Europeia quase 25 milhões de crianças em risco de pobreza e exclusão social, risco que afeta rapazes e raparigas de igual forma.

Educação e cuidados de saúde inadequados ameaçam os direitos fundamentais das crianças, impedindo-as de aproveitarem oportunidades e de romperem o ciclo de pobreza, concluiu a FRA.

A pobreza infantil não tem lugar na Europa, uma das regiões mais ricas do mundo", sustentou Michael O’Flaherty, diretor da FRA.

"Temos os meios para ajudar a acabar com as condições deploráveis vividas por muitas das crianças europeias. Precisamos que a UE e os estados-membros honrem os seus compromissos de defesa dos direitos das crianças para lhes dar um melhor futuro", acrescentou.

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O relatório sublinha que combater a pobreza infantil "é também uma questão de direitos fundamentais" e sugere a implementação de um conjunto de medidas para abordar o problema.

Reforçar a legislação e políticas de proteção infantil, priorizar a proteção de crianças vulneráveis, estabelecer um regime europeu que garanta a cada criança casa, alimentação, saúde e educação, ligar o financiamento aos Estados-Membros aos resultados do combate à pobreza, desigualdades e exclusão social das crianças e adoção de políticas de conciliação entre o trabalho e a família são algumas das medidas propostas.

A Agência da União Europeia para os Direitos Fundamentais (na sigla em inglês, FRA), é um organismo independente, financiada pelo orçamento da UE, e tem como missão proporcionar às instituições e estados-membros da UE informação, assistência e competências no domínio dos direitos fundamentais.

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