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Malásia: gritos e lágrimas com a certeza da morte

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Ao fim de 17 dias ainda havia esperança para alguns. Mas hoje as autoridades desfizeram o que lhes restava de alento

17 dias depois ainda havia familiares de passageiros com esperança de um final feliz. Mas, hoje, o anúncio do primeiro-ministro malaio desfez o seu alento. Já não restam dúvidas: «O avião despenhou-se no Oceano Índico e não há sobreviventes», afirmou Najib Razak. Gritos e lágrimas ajudaram a libertar a dor inicial.

Quando foram chamados a se dirigirem a um hotel, perto do aeroporto de Kuala Lumpur de onde partiu o voo MH370 dia 8 de março, para estarem presentes na conferência de imprensa do PM da Malásia, cerca de 50 familiares aguardaram em silêncio. Quando se ouviu o que não queriam ouvir a emoção apoderou-se da sala, escreve a AP.

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«O meu filho! O meu filho!» gritava uma mulher de joelhos no chão.

Várias equipas médicas foram chamadas ao Hotel Lido, onde decorria a conferência de imprensa. Várias macas levavam quem tinha sucumbido à força da dor. Outros, apáticos e com o olhar perdido, não diziam absolutamente nada.

Mas alguns voltaram-se contra os jornalistas que ali se dirigiram. Ninguém quis falar e muitos taparam a cara. Outros pediram para que nenhuma daquelas pessoas fosse filmada naquele instante. Os seguranças do hotel foram mesmo chamados a intervir quando um familiar, descontrolado, agrediu um câmara enquanto gritava: «Não filmes. Eu vou bater-te até à morte».

Wang Zhen, que perdeu o pai e a mãe, não esteve presente. Ficou no hotel onde tem pernoitado nos últimos 15 dias e ouviu as notícias pela televisão. Ao jornalista da AP disse que alguns familiares já tinham recebido uma mensagem, por telemóvel, da companhia aérea dando conta das novidades, antes da conferência de imprensa. «Agora não estou bem. Tenho a cabeça numa grande confusão. Podemos falar mais tarde?», respondeu Wang Zhen ao jornalista da AP pelo telefone.

Nan Jinyan, que tinha o cunhado a bordo confessa que «é um choque difícil de descrever».

Já Selamat Omar, pai do engenheiro de aviação de 29 anos que seguia a bordo, explicou numa breve troca de palavras ao telefone que «não sabia se iam ser levados ou não para a Austrália» e que esperavam mais detalhes, por parte da companhia aérea, «terça-feira». «Aceitamos as notícias da tragédia. Era o destino», acrescentou.

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