Já fez LIKE no TVI Notícias?

Obama mais forte em debate sobre política externa

Relacionados

Presidente volta a vencer, mas Romney não compromete. Faltam duas semanas para as eleições e a corrida continua muito equilibrada

Foi o derradeiro debate entre os candidatos às Presidenciais americanas de 6 de novembro. Barack Obama e Mitt Romney encontraram-se na universidade Lynn, em Boca Raton, na Flórida, para discuterem assuntos relacionados com a política externa. O Presidente saiu-se um pouco melhor do que o opositor republicano e as sondagens das televisões confirmam isso mesmo.

Nem uma palavra foi dita sobre a Europa e a sua crise económica, mas houve vasta troca de argumentos sobre o Médio Oriente, com Romney a concordar muitas vezes com Obama, num debate muito bem orientado pelo jornalista Bob Schieffer, da CBS - que também teve direito à sua gaffe, falando em Obama Bin Laden.

PUB

A Líbia foi o primeiro tema em cima da mesa, desde logo devido ao ataque ao consulado americano em Benghazi, um assunto já muito explorado no segundo debate. Rapidamente os candidatos divergiram para a situação no Médio Oriente como um todo, com Obama a destacar a morte de Bin Laden e a estratégia de saída do Afeganistão.

O presidente rebateu o rival, criticando o fato de que, para Romney, a Rússia seria o «principal inimigo» dos EUA a nível internacional. «O senhor foi contra os tratados nucleares com os russos. O senhor envia mensagens confusas. Precisamos de uma liderança forte e firme no Médio Oriente, ao contrário do que o senhor faz com suas declarações», frisou, considerando que todas as opiniões do republicano sobre política externa estão erradas: «Tem ideias de política externa dos anos 80, ideias sociais dos anos 50 e ideias económicas dos anos 1920».

No que diz respeito à Síria, Romney considerou que destronar Assad é uma prioridade, até pelas ligações ao Irão e ao Hezbollah, mas garnatou que não pretende enviar militares para a região. A solução terá de ser «trabalhada com os parceiros».

PUB

Obama explicou que o mundo precisa dos Estados Unidos mais fortes e afirmou que o país está mais forte do que quando assumiu a Presidência, em 2008. O democrata assegurou que a sua administração está no caminho certo para «reconstruir os EUA», ao contrário do adversário.

Cavalos e baionetas

Mas, invariavelmente, os candidatos regressavam a Israel e a sua importância estratégica. Obama reafirmou a amizade americana e friou que se Israel for atacado os EUA estarão ao seu lado. E, para isso, é importante que os iranianos não tenham acesso a armas nucleares: «Não podemos dar-nos ao luxo de uma corrida nuclear na região mais volátil do mundo. Os segundos estão a contar para o Irão. Enquanto for presidente, o Irão não terá armas nucleares».

Obama defendeu que a política de sanções está a ter sucesso, deixando a economia iraniana «num caco», e que os iranianos têm agora a opção de «escolher a via diplomática» ou enfrentar os Estados Unidos e o resto do mundo.

No que diz respeito ao papel dos EUA no mundo, Romney disse que é importante promover os princípios democráticos no mundo e liderar na procura da paz nas regiões em conflito. Mas, para isso, é necessário fortalecer a economia e o setor militar, como aumentar o número de navios construídos pela Marinha americana. Obama reagiu com a frase irónica que viria a marcar o debate: «Governador, também temos menos cavalos e baionetas».

Obama e Romney foram muito cautelosos em relação ao «parceiro» China e o Republicano até falou na América Latina como mercado atraente a explorar. Antes deste debate os dois candidatos estavam empatados com 46% nas sondagens nacionais. Restam agora duas semanas para as eleições e muito ainda está em jogo. Ninguém consegue dizer, com certeza, quem será o próximo presidente dos Estados Unidos.

PUB

Relacionados

Últimas