O Papa Francisco reuniu-se, este sábado, com a chanceler alemã, Angela Merkel, numa audiência privada no Palácio Apostólico, no Vaticano. Durante o encontro, que durou 45 minutos, os dois conversaram sobre a globalização e o papel da União Europeia na atual crise económica mundial.
À saída do encontro com o Sumo Pontífice, a chefe do governo alemão disse aos jornalistas que a regulação dos mercados financeiros é «uma tarefa central e ainda incompleta». Para Angela Merkel, Francisco deixou clara a mensagem de que «a Europa é necessária no mundo, e que nós precisamos de uma Europa forte e justa».
PUB
A chanceler alemã afirmou que a atual crise financeira resulta da falta de uma economia de mercado e da carência de elementos de orientação e proteção no setor financeiro. Angela Merkel sublinhou que tal «deslize» não pode voltar a acontecer.
Durante a semana, o Papa criticou os excessos e o culto do dinheiro, bem como a tirania das economias que hostilizam as classes mais baixas. Francisco falou de uma «tirania invisível, às vezes virtual» e defendeu a necessidade de reformas financeiras éticas globais, que beneficiem os mais pobres. «O governo deve servir, e não mandar», sublinhou.
O Vaticano refere, numa nota, que Francisco e Merkel discutiram temas como a proteção dos direitos humanos, a perseguição dos cristãos, a liberdade religiosa e a colaboração internacional para a paz.
«Foi lembrada a longa história das relações entre a Santa Sé e a Alemanha, reafirmando os temas de comum interesse, entre eles a situação sociopolítica, económica e religiosa da Europa e do mundo», lê-se na nota.
Para Merkel, a conversa com o líder da Igreja Católica deve ser vista como um reconhecimento e também uma honra para a Alemanha. Ela considera que Francisco chega às pessoas com palavras compreensíveis e tocantes, por isso é importante que a Igreja Católica preste esse papel fundamental de cuidar da base da sociedade.
PUB