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«Rubygate»: as conversas secretas de Berlusconi

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Arranque do julgamento foi adiado para 31 de Maio

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, viu adiado para 31 de Maio o julgamento do caso «Rubygate», no qual é acusado de se ter envolvido sexualmente com uma prostituta menor de idade. Conversas telefónicas secretas divulgadas pela imprensa sugerem que o político de 74 anos sabia que a jovem era menor. Berlusconi tem desmentido que sabia qual era a idade da jovem. E Ruby assegurado, por seu turno, que não o tinha revelado ao governante.

A acusação alega que Berlusconi pagou para ter sexo com a dançarina marroquina «Ruby, Rouba Corações» pelo menos 13 vezes nas suas festas «bunga bunga» e nas orgias que organizava em casa. As festas «bunga bunga» eram frequentadas por modelos, beldades da televisão e prostitutas, que se disfarçavam de polícias e enfermeiras num ambiente de luxúria. Berlusconi é acusado de lhes dar dinheiro, jóias e carros, ou até pagar por implantes mamários e cirurgias aos lábios em troca de sexo.

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Numa conversa telefónica publicada pela «ABC», Berlusconi terá dito: «Ok, o que é importante é que várias pessoas possam atestar que deu (Ruby) uma idade diferente da que realmente tinha. Uma vez que isso aconteça, não haverá mais nada a dizer. Apenas a ajudámos porque tivemos pena dela. Vamos esperar que isto tudo não se transforme numa trapalhada».

Outro dos trunfos da acusação é que Ruby, cujo nome verdadeiro é Karima El Mahroug, terá dito a uma amiga que tinha apenas 16 anos quando frequentava as festas «bunga bunga». A jovem marroquina apenas completou 18 anos em Novembro passado. Ruby terá confidenciado também que Berlusconi lhe acenou com a carteira em troca de silêncio: «Dou-te a quantia que quiseres... posso cobrir-te de ouro até, mas o importante é manter isto tudo encoberto», terá dito. A jovem terá recebido sete mil euros após o primeiro encontro.

Enquanto o tribunal ainda toma decisões quanto às testemunhas a a depor - recorde-se que Cristiano Ronaldo e George Clooney estão na lista de testemunhas de Berlusconi - o circo mediático foi montado esta manhã à porta do tribunal. Mais de cem televisões dos quatro cantos do mundo deslocaram-se a Milão para a cobertura noticiosa inédita de um primeiro-ministro acusado de prostituição com menor e, além disso, abuso de poder por a ter libertado da prisão quando esta se encontrava detida por roubo, em Maio de 2010. Berlusconi pressionou um funcionário a libertar Ruby e justificou-o para impedir o que acreditava ser um incidente diplomático, pois Ruby seria - segundo disse acreditar - sobrinha do presidente egípcio Hosni Mubarak.

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Berlusconi e Ruby ausentes perante cem jornalistas

Esta manhã, Sílvio Berlusconi não pôde comparecer em julgamento para a primeira sessão. O político enviou uma carta ao tribunal onde manifestou a sua vontade em «participar» na audiência, mas que «impedimentos institucionais» em Roma o impediam de comparecer. Berlusconi esteve numa reunião sobre a situação na Líbia.

Segundo um dos advogados, Giorgio Perroni, Berlusconi tem, no entanto, intenção de assistir às audiências, mas dependente dos compromissos «inadiáveis» que tem como primeiro-ministro.

Também Ruby não compareceu à audiência, que durou apenas dez minutos - o tempo suficiente para remarcar o arranque do julgamento para o fim de Maio.

Em tribunal, apenas estiveram os advogados das partes. Por um lado, a advogada de Ruby esclareceu que a jovem não irá constituir-se parte cível no processo. «Ruby considera que não seria justo constituir-se parte cível no julgamento porque acredita que não sofreu qualquer dano por conhecer Berlusconi e ter sido convidada, em várias ocasiões, para as festas organizadas na residência privada do político», explicou a advogada Paola Boccardi, citada pela AFP.

A prostituição não é crime em Itália, mas quando envolve menores de idade pode implicar uma pena de seis meses a três anos de prisão. No caso da acusação de abuso de poder, a pena pode ir até 12 anos.

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