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Após meses de especulação sobre quem seria o homem escolhido pelo Syriza para liderar a economia da Grécia, é finalmente oficial: Yanis Varoufakis é o novo ministro das Finanças.
anunciado oficialmente, esta terça-feiraGrego-Australiano, com 53 anos, assumidamente marxista, é doutorado em economia pela Universidade de Essex, no Reino Unido, e foi, até 2014, professor efetivo na Universidade de Atenas e convidado na Universidade do Texas, nos EUA. Deixou o ensino para integrar o partido de esquerda radical, Syriza, que no domingo ganhou as eleições na Grécia, ainda que já tenha sido conselheiro do ex-primeiro-ministro George Papandreou (entre 2004 e 2006), (governo que viria a criticar nos anos seguintes). Varoufakis é também autor de vários livros, onde se destaca «O Minotauro Global», onde traçou uma visão sobre o que causou a crise económica europeia e norte-americana.
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Durante a campanha eleitoral, Varoufakis disse, ao «Open Democracy», que a decisão de trocar a teoria pela política não foi tanto uma escolha como um dever de tentar implementar as visões que lhe parecem certas para levar o país ao sucesso. Porém, garante que, mesmo com a sua convicção, não há garantias de sucesso.
«Não há garantias de sucesso. A razão por que aceitei o desafio foi que não tinha o direito de o recusar. Quando o líder do partido político, que está prestes a vencer as eleições, te oferece a oportunidade de implementar as medidas que tens defendido durante anos, é pura cobardice fugir ao trabalho. Se terei sucesso? Só vou saber quando tentar».
Para o Varoufakis, até «uma criança de oito ou nove anos» compreende as dificuldades em que ficou a Grécia após chegar à bancarrota, em 2010. E a culpa é da austeridade.
«A Europa, na sua sabedoria infinita, decidiu lidar com esta bancarrota ao colocar o maior empréstimo da História nos ombros mais fracos, os contribuintes gregos. O que temos visto desde então é um afogamento em impostos que transformaram esta nação numa colónia da dívida», disse à BBC.
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«Se depender de mim, a Grécia não sairá do euro nem vai ameaçar que o faz. Não devíamos ter entrado para o euro – isso é claro -, mas uma vez lá, seria desastroso sair da Zona Euro voluntariamente. Isso não significa que tenhamos de baixar a cabeça e fazer tudo o que nos mandam com medo de ser “corridos”. Não. Devemos vetar medidas anti-sociais dentro do euro, exigir a restruturação da dívida e nunca lhes dar a oportunidade de dizer que saímos do euro voluntariamente. Se nos quiserem fora, têm de nos forçar a sair, sem a nossa ajuda. No entanto, também serão fortemente afetados por isso», disse ao «Open Democracy»
afirmava algo muito similar ao jornalista da TVI«A Zona Euro está num avançado estado de decomposição, e se não agirmos rapidamente, pode ser tarde demais».
«Acumular novos empréstimos, novas dívidas, num Estado já insolvente, com a condição de ainda maior austeridade, simplesmente aumenta o rácio da dívida sobre a riqueza. Na verdade tem o resultado oposto ao pretendido. (…) Nós, gregos, somos um problema para o euro, temos de aceitar isso, mas os alemães têm de aceitar que também são um problema para o euro».
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«A democracia grega escolheu parar de avançar calmamente para a escuridão. A Democracia grega escolheu revoltar-se contra a morte da luz».
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