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Yanis Varoufakis: o homem que quer salvar a Grécia

Yanis Varoufakis é o novo ministro das Finanças da Grécia. Assumidamente marxista, aceitou o convite para se juntar ao Syriza para poder implementar as políticas que há anos defende. No entanto, não é um extremista e garante que a Grécia não vai sair do euro. Conheça o novo ministro

Foi o primeiro nome do novo Governo a ser , mas há muito que era esperado, da mesma forma que há muito que Varoufakis deseja uma oportunidade para implementar as suas ideias para resolver a crise grega. Varoufakis, defende abertamente que os problemas económicos da Grécia estão no «maior empréstimo de sempre» feito a um país, referindo-se à ajuda da troika, que causou uma devastação social na Grécia, devido às medidas de austeridade que lhe foram adjacentes. O novo ministro quer renegociar os termos da dívida com os credores europeus, combater a oligarquia grega e, principalmente, resolver a crise humanitária que atinge o país atualmente. No entanto, apesar desta visão, Varoufakis não defende um corte com os compromissos europeus, nem tão pouco uma saída do euro. Nisso, tanto gregos como entidades internacionais, podem ficar descansados. O novo ministro acredita que o seu país não devia ter entrado para a Zona Euro, mas uma vez lá, sair teria consequências muito piores. Para Varoufakis, a Zona Euro está «num avançado estado de decomposição» e precisa de medidas urgentes para continuar a existir. Já em 2011, Varoufakis , Pedro Moreira. Um ano após o inicio do resgate à Grécia, o professor já afirmava que a austeridade não iria levar o país ao sucesso e que era necessário encontrar uma alternativa. Nesta linha de pensamento, não é de espantar que, após a vitória do Syriza, Varoufakis tenha escrito , parafraseando o poeta Dylan Thomas:

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Após meses de especulação sobre quem seria o homem escolhido pelo Syriza para liderar a economia da Grécia, é finalmente oficial: Yanis Varoufakis é o novo ministro das Finanças.

anunciado oficialmente, esta terça-feira

Grego-Australiano, com 53 anos, assumidamente marxista, é doutorado em economia pela Universidade de Essex, no Reino Unido, e foi, até 2014, professor efetivo na Universidade de Atenas e convidado na Universidade do Texas, nos EUA. Deixou o ensino para integrar o partido de esquerda radical, Syriza, que no domingo ganhou as eleições na Grécia, ainda que já tenha sido conselheiro do ex-primeiro-ministro George Papandreou (entre 2004 e 2006), (governo que viria a criticar nos anos seguintes). Varoufakis é também autor de vários livros, onde se destaca «O Minotauro Global», onde traçou uma visão sobre o que causou a crise económica europeia e norte-americana. 

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Durante a campanha eleitoral, Varoufakis disse, ao «Open Democracy», que a decisão de trocar a teoria pela política não foi tanto uma escolha como um dever de tentar implementar as visões que lhe parecem certas para levar o país ao sucesso. Porém, garante que, mesmo com a sua convicção, não há garantias de sucesso.

«Não há garantias de sucesso. A razão por que aceitei o desafio foi que não tinha o direito de o recusar. Quando o líder do partido político, que está prestes a vencer as eleições, te oferece a oportunidade de implementar as medidas que tens defendido durante anos, é pura cobardice fugir ao trabalho. Se terei sucesso? Só vou saber quando tentar».

Para o Varoufakis, até «uma criança de oito ou nove anos» compreende as dificuldades em que ficou a Grécia após chegar à bancarrota, em 2010. E a culpa é da austeridade.

«A Europa, na sua sabedoria infinita, decidiu lidar com esta bancarrota ao colocar o maior empréstimo da História nos ombros mais fracos, os contribuintes gregos. O que temos visto desde então é um afogamento em impostos que transformaram esta nação numa colónia da dívida», disse à BBC.

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«Se depender de mim, a Grécia não sairá do euro nem vai ameaçar que o faz. Não devíamos ter entrado para o euro – isso é claro -, mas uma vez lá, seria desastroso sair da Zona Euro voluntariamente. Isso não significa que tenhamos de baixar a cabeça e fazer tudo o que nos mandam com medo de ser “corridos”. Não. Devemos vetar medidas anti-sociais dentro do euro, exigir a restruturação da dívida e nunca lhes dar a oportunidade de dizer que saímos do euro voluntariamente. Se nos quiserem fora, têm de nos forçar a sair, sem a nossa ajuda. No entanto, também serão fortemente afetados por isso», disse ao «Open Democracy»

«A Zona Euro está num avançado estado de decomposição, e se não agirmos rapidamente, pode ser tarde demais».

afirmava algo muito similar ao jornalista da TVI

«Acumular novos empréstimos, novas dívidas, num Estado já insolvente, com a condição de ainda maior austeridade, simplesmente aumenta o rácio da dívida sobre a riqueza. Na verdade tem o resultado oposto ao pretendido. (…) Nós, gregos, somos um problema para o euro, temos de aceitar isso, mas os alemães têm de aceitar que também são um problema para o euro».

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no seu blog

«A democracia grega escolheu parar de avançar calmamente para a escuridão. A Democracia grega escolheu revoltar-se contra a morte da luz».

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