O chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, anunciou esta segunda-feira, após a formalização do pedido de resgate à banca, que Madrid vai avançar com mais medidas para «estimular o crescimento e o emprego».
«Em breve serão implementadas mais medidas que não terão outro objetivo senão promover o crescimento [da economia] e a criação de emprego», disse Rajoy, citado pela Reuters, sem avançar com mais detalhes.
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«As medidas do governo implicam esforços e sacrifícios. Por isso, agradeço aos espanhóis a sua maturidade e solidariedade, que são o nosso orgulho e o nosso maior estímulo», adiantou o responsável, na mesma conferência de impresa, no final da Assembleia Geral da CEOE (Confederação Espanhola de Organizações Empresariais), desta vez citado pelo «El País».
Para já, a grande preocupação do líder do executivo espanhol é garantir que o país está «completamente empenhado» em cortar o défice público, no momento em que luta contra as fortes dificuldades de financiamento. Os juros da dívida soberana estão em alta e superam a esta hora os 6,5 por cento, numa clara reação ao pedido de ajuda financeira aos bancos do país vizinho, enquanto a Moody`s ameaçou cortar o rating dos bancos espanhóis.
Já Mariano Rajoy afirmou que a ajuda europeia à banca «acabará com as incertezas» no setor e deixará que o crédito volte a fluir para as famílias e empresas.
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O objetivo é ajudar as entidades financeiras que não consigam com os seus recursos próprios concluir o processo de recapitalização, que obriga a «reestruturação» e à «captação nos mercados».
«Se não for possível com recursos próprios, teremos o apoio dos nossos parceiros europeus».
Mariano Rajoy disse ainda que os líderes europeus, reunidos na semana passada, devem precisar em breve um calendário para reforçar a integração orçamental e económica da zona euro.
Neste sentido, o primeiro-ministro espanhol propôs no sábado passado a criação de uma nova autoridade que controle e harmonize os orçamentos dos países da moeda única e que fique responsável pelos respetivos défices, subinhou esta manhã Mariano Rajoy aos jornalistas.
«A moeda única tem de ser irreversível», reiterou hoje o governante espanhol, apelando a uma resolução na próxima cimeira que vai acontecer esta quinta e sexta-feira.
«A Europa precisa de reforçar a sua arquitectura», entende Rajoy, que defende que só uma união bancária (com um supervisor, um fundo de garantia de depósitos e regras de atuação comuns na Europa) se consegue um setor financeiro estável.
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O próprio vice-presidente da Comissão Europeia, Joaquín Almunia, disse hoje que o resgate à banca espanhola implica «mais vigilância».
Mas as opiniões não são consensuais e há mesmo quem defenda que a única maneira de salvar a zona euro é através da responsabilização pela Alemanha das dívidas dos países da região.
[Notícia atualizada às 13h00 com mais declarações]
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