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Aborto: 100 interrupções da gravidez numa semana

Médicos devem aconselhar mulheres a prolongar período de reflexão

Pelo menos 100 abortos foram realizados nos hospitais públicos portugueses na primeira semana da entrada em vigor da regulamentação da interrupção voluntária da gravidez, segundo dados recolhidos pela agência Lusa junto de várias unidades.

Só na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, realizaram-se 44 abortos a pedido da mulher na última semana, uma média superior a cinco intervenções por dia.

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Das 44 interrupções voluntárias da gravidez (IVG) feitas desde o dia 16 de Julho e até segunda-feira, em apenas seis se optou pelo meio cirúrgico, sendo a maioria realizada através de medicamentos.

No mesmo período, três mulheres desistiram da intervenção, tendo decidido prosseguir com a gravidez após o tempo de reflexão mínimo de três dias estabelecido pela lei.

Ao Hospital de Santa Maria, também em Lisboa, chegaram 29 pedidos para IVG, sete dos quais não foram aceites, uma vez que dois dos casos ultrapassavam o prazo legal das 10 semanas, um não correspondia a gravidez efectiva e os restantes envolviam situações de embriões mortos.

Segundo disse à Lusa o director do serviço de Obstetrícia da unidade, Luís Graça, até ao momento houve apenas um aborto por aspiração e todos os outros se realizaram com recurso a medicamentos.

Até agora houve uma mulher que desistiu do aborto graças ao período de reflexão, situação testemunhada pelo próprio director de serviço de Obstetrícia, que defende que é «dever» dos médicos aconselharem as mulheres a prolongar o período de reflexão quando não estão completamente seguras da sua opção.

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No resto do país...

No Centro Hospitalar de Cascais, onde nove dos 11 obstetras são objectores, foram prestadas consultas iniciais a 17 mulheres, 15 das quais decidiram assinar termos de responsabilidade para prosseguir com a interrupção da gravidez.

No Norte do País, a Covilhã já realizou oito intervenções, uma das quais foi feita por meios cirúrgicos. As outras recorreram à medicação.

No centro do país, em Coimbra, a Maternidade Bissaya Barreto, que integra o Centro Hospitalar, realizou 48 consultas prévias, das quais já resultaram algumas interrupções voluntárias da gravidez, segundo Fátima Negro, que substitui temporariamente a directora do departamento de obstetrícia.

No Alentejo, em Beja contabiliza-se um total de 12 IVG até à data

Na região do Algarve, os dois hospitais que realizam abortos a pedido da mulher efectivaram 12 interrupções de gravidez, sete delas no Hospital de Faro e as restantes cinco em Portimão.

Na Região Autónoma dos Açores, onde o hospital da Horta, no Faial, é o único apto a fazer abortos dentro da nova lei, já foram atendidas quatro mulheres nas consultas prévias ao aborto e duas delas já tinham até segunda-feira efectivado a intervenção.

Na região autónoma da Madeira não está a ser aplicada a lei que permite a interrupção voluntária da gravidez a pedido da mulher, por decisão do Governo Regional.

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