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Telma Monteiro fez «tudo», mas falha os Jogos Olímpicos

Judoca portuguesa tentava uma histórica sexta participação olímpica, mas ficou a um lugar do apuramento

Telma Monteiro confirmou ter falhado aquela que seria a sexta qualificação olímpica seguida da carreira.

Numa carta aberta publicada nas redes sociais, a judoca portuguesa deu conta dos sacrifícios feitos ao longo dos últimos meses para conseguir chegar a Paris24, o que ficou à distância de um lugar.

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«Quando em novembro fui operada ao LCA, lateral interno, meniscos, 99,9 por cento das pessoas achou que não voltaria para terminar a qualificação olímpica. Talvez nem voltasse a tempo de Paris 2024, se fosse esse o caso. Não sei quantas vezes ouvi isto. Isolei-me, foquei-me em trabalhar e estar perto de quem me desse energia positiva. A verdade é que, contra todas as expectativas, voltei cinco meses depois», recordou.

Telma Monteiro lembrou o desgaste mental enorme a que esteve sujeita e as muitas horas no ginásio e na fisionterapia: «Mais do que em casa», disse, referindo ainda que correu riscos por voltar a competir mesmo quando o corpo ainda aconselhasse algum trabalho de consolidação física. «A determinada altura decidi aceitar que ia rasgar. Só rezava para que não fosse grave e já tivesse conseguido pontos suficientes. Era um pensamento kamikaze, mas o único que me deixava livre para lutar.»

A mais medalhada judoca portuguesa de sempre foi sétima no Europeu, foi a dois Grand Slams e ao Mundial. Uma competição a seguir à outra. «Queria ser e fazer mais e não conseguia! Uma exigência fora do normal e injusta. Porque só o facto de estar a lutar já era um feito gigante! Mas eu queria mais! Fisicamente exausta, mentalmente no meu limite. Foi assim que me senti. Mesmo assim, depois de tudo, ainda arranjei forças para ganhar um Open, só pela possibilidade de subir no ranking e ficar na posição de repescagem mais alta. Não me garantia nada, não, ou talvez sim. A paz interior de ter feito tudo o que estava ao meu alcance, possível e em teoria impossível.»

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«Ficar a um lugar de ir aos Jogos Olímpicos depois de tudo o que aconteceu, depois de todo o esforço, é muito duro. Não parece real... mas f***-se, é!», acrescentou.

Telma Monteiro termina a carta com o conforto de ter feito o «impensável» juntamente de quem a ajudou. «Obrigada por terem tentado comigo. Não terminou como um conto de fadas, mas foi sem dúvida um percurso daqueles como nos filmes dos super heróis», concluiu a atleta de 38 anos.

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