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«Fiz o que podia pelo meu filho»

MP pede 13 anos de cadeia para mãe acusada de deixar morrer filho à fome

O Ministério Público pediu hoje no Tribunal de Leiria 13 anos de prisão para uma mulher acusada de homicídio qualificado por ter alegadamente deixado morrer à fome um filho deficiente de seis anos, noticia a Lusa.

A defesa, por sua vez, pediu a absolvição da arguida, que hoje falou pela primeira vez em Tribunal para negar a acusação, alegando ter feito o que podia pelo filho.

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O caso ocorreu em 03 de Maio de 1988, mas a mulher, agora com 43 anos, que residia na altura na Barosa, Leiria, só agora foi julgada porque se mudou para Andorra após a morte do filho. A mulher disse hoje ao Tribunal ter saído do país devido a alegadas ameaças de morte feitas pelo pai do menor que morreu, que a responsabilizava pelo ocorrido.

O representante do Ministério Público considerou nas alegações finais que se estava perante um «crime baixo e vil», enquanto a defesa tentou partilhar a responsabilidade com a própria sociedade, tendo em conta o quadro «miséria» que a própria arguida admitiu existir na sua casa.

Durante o depoimento que hoje fez, a arguida colocou também algumas culpas sobre o seu companheiro de então - que foi julgado logo após os acontecimentos, acusado do crime de abandono, tendo sido condenado a seis meses de cadeia, com pena suspensa por três anos, dizendo que «se tivesse tido um homem que ajudasse, as coisas não tinham chegado onde chegaram».

«Não matei o meu filho, dei-lhe o pouco que tinha, muitas vezes tirei da minha boca para lhe dar», disse a arguida, acrescentando que na altura tinha mais três filhos a seu cargo, um dos quais com problemas de saúde, que viria a morrer pouco depois do irmão.

Na primeira sessão do julgamento, no dia 17 de Novembro, o médico que há 18 anos fez a autópsia ao corpo do menor revelou que «o cadáver era só pele e osso, não tinha massa muscular», apontando para uma situação «arrastada» por diversos meses de deficiência alimentar.

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