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Veja o curriculum de Sócrates

Assessores responsabilizam UnI e falam em aproveitamento político

O diploma de licenciatura de José Sócrates, no curso de Engenharia Civil da Universidade Independente (UnI), foi assinado no dia 8 de Setembro de 1996, um domingo, noticiou ontem o Expresso, que refere ainda que as notas de quatro exames finais que terão permitido a conclusão do curso foram lançadas no mesmo dia.

Ontem, ao PortugalDiário, o gabinete do primeiro-ministro disse não querer adiantar qualquer reacção, «para já». Mais tarde, e novamente contactado o gabinete, foi dito ao nosso jornal que não haveria qualquer reacção a não ser à SIC. Nessa nota enviada pelo gabinete à à televisão, pode ler-se o curriculum oficial do primeiro-ministro.

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Curriculum oficial

«Bacharelato em Engenharia pelo ISEC; Licenciatura em Engenharia Civil pela Universidade Independente, com frequência também no ISEL; pós-graduação com MBA em gestão de empresas pelo ISCTE». Nesta última versão, o MBA é oficializado, mas faz desaparecer do currículum a pós-graduação em Engenharia Sanitária.

Depois de ter passado pelo Instituto Politécnico de Coimbra e prosseguido o curso no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, o actual primeiro-ministro matriculou-se na UnI, onde frequentou cinco disciplinas, quatro delas dadas por António José Morais (Análise de Estruturas; Betão Armado e Pré-Esforçado; Estruturas Especiais; Projecto e Dissertação) e uma quinta leccionada pelo ex-reitor da universidade, Luís Arouca (Inglês Técnico).

Em comunicado, o gabinete informa ainda a SIC que o primeiro-ministro tem uma licenciatura reconhecida pelo Ministério da Ciência e do Ensino Superior. Os procedimentos assumidos pela Universidade para lhe conferir o grau, lê-se no texto enviado ao canal de televisão, são matéria da exclusiva responsabilidade da Universidade e não do aluno.

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O gabinete entende igualmente existir aqui um aproveitamento político da situação: o caso só surge agora, interpreta um dos assessores, pela vontade de descredibilizar o primeiro-ministro associando-o ao conturbado processo judicial em que a Independente está envolvida. E atribuem à universidade os problemas administrativos identificados pelo jornal Expresso.

Licenciado ao domingo

«Nas universidades privadas, muitas vezes, trabalha-se ao domingo». A eventual explicação dada para a data invulgar da assinatura do diploma final de curso, por parte do então reitor Luís Arouca e pela sua filha, na qualidade de chefe de serviços da UnI, foi dada por António Morais, que desvalorizou o caso considerando que este facto «não é estranho». «Nas universidades privadas, muitas vezes, trabalha-se ao domingo», referiu o antigo professor de José Sócrates citado pelo Expresso.

Mas se António Morais assegurou ao semanário ter ministrado quatro cadeiras ao primeiro-ministro, o ex-reitor disse ao mesmo jornal nunca ter dado qualquer aula nem feito qualquer avaliação a Sócrates.

A notícia do Expresso cita colegas que fizeram o curso com o actual primeiro-ministro e que confirmam a fórmula usada por José Sócrates para chegar a doutor. Cita igualmente o professor responsável pelas quatro cadeiras que confirma o grau, mas cita também um segundo professor, nomeado presidente do conselho científico, órgão responsável pelas equivalências, já depois do engenheiro ter conseguido o diploma. Esse outro professor duvida da forma como essas equivalências foram obtidas.

«São problemas administrativos, do foro interno da Universidade», afirma fonte do gabinete de Sócrates à SIC.

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