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Santana explica obras da Bragaparques

Lisboa: ex-presidente diz que obra «sem facturas» não foi de estacionamento

O ex-presidente da Câmara de Lisboa Pedro Santana Lopes afirmou hoje que a obra feita pela Bragaparques na Praça da Figueira «sem facturas» foi a dos arranjos à superfície e não do próprio parque de estacionamento, notícia a Lusa.

«A obra sem facturas não é a do parque de estacionamento, é a dos arranjos à superfície», disse Santana Lopes à Lusa.

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Em entrevista à última edição do Expresso, Carmona Rodrigues, candidato independente às eleições intercalares para a autarquia da capital, responsabilizou João Soares (que liderava na autarquia uma coligação PS/PCP) por ter trazido a Bragaparques para Lisboa.

Ao Expresso, Carmona Rodrigues disse ter ficado «de boca aberta» quando Domingos Névoa, um dos sócios da empresa, lhe contou ter construído o parque da Praça da Figueira «sem concurso», sem «processo na câmara» e sem facturas.

Santana Lopes referiu que a obra dos arranjos à superfície «não tinha um papel a sustentá-la» e que segundo a Bragaparques esses trabalhos foram pedidos directamente pelo gabinete do ex-presidente João Soares (PS).

«E eu disse "não pago" e fomos para tribunal», afirmou.

Em causa estava o pagamento de quase três milhões de euros pela requalificação da Praça da Figueira segundo um projecto do arquitecto Daciano Costa apresentado pela Câmara de Lisboa, quando já estavam a decorrer as obras de construção do parque de estacionamento subterrâneo.

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Segundo um comunicado hoje enviado à Lusa pela Bragaparques, este projecto de requalificação da praça, que não estava inicialmente previsto, obrigou a uma alteração ao projecto do parque, para compatibilizar as intervenções, tendo a empresa executado «toda a obra de acordo com o projecto de requalificação que lhe foi remetido pela câmara para o efeito».

De acordo com Santana Lopes, os custos dessas obras de arranjos à superfície seriam contrapartidas a que a Bragaparques estaria obrigada por efectuar a obra do parque de estacionamento.

«O tribunal deu a obra como provada e o professor Carmona Rodrigues [à altura presidente da Câmara de Lisboa, substituindo Santana Lopes, que entretanto assumira o cargo de primeiro-ministro] teve de pagar», declarou.

Santana sublinhou não colocar «em causa a seriedade do doutor João Soares», mas limitar-se a fazer constatações.

«Parece que a Bragaparques entrou em Lisboa de braço dado connosco, quando já cá estava, em diversos parques e no edifício do Hard Rock Café [antigo Cinema Condes]», afirmou.

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Em declarações à Lusa, João Soares afirmou hoje que a Bragaparques nunca lhe pediu nenhum pagamento pelo projecto de requalificação da praça, sustentando também que esta intervenção deveria ser entendida como contrapartida pela construção e exploração do estacionamento.

A empresa Bragaparques afirmou hoje que a construção do parque sob a Praça da Figueira teve um projecto aprovado pela autarquia lisboeta, desmentindo declarações do ex-presidente da Câmara de Lisboa Carmona Rodrigues.

Após a entrevista em que Carmona Rodrigues afirmou que o parque da Praça da Figueira foi feito «sem concurso», sem «processo na câmara» e sem facturas, o Departamento de Investigação e Acção penal solicitou à Polícia Judiciária que procedesse à «averiguação prévia documental» relativamente à construção e exploração pela Bragaparques do parque de estacionamento.

O DIAP pretende «verificar se existe suspeita da prática de ilícito criminal».

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