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Crise na construção reflecte-se nos leilões de equipamentos

A Luso-Roux, empresa especializada em leilões de imóveis, vende também salvados e equipamentos, através do mesmo modelo. Em entrevista à «Agência Financeira», a directora de vendas da empresa, Ana Luísa Ferro, fala da crise e do seu impacto.

O que é um leilão de equipamentos?

Fazemos muito regularmente leilões de equipamento, nomeadamente, com empresas de construção civil, que sentem necessidade de renovar o parque de máquinas. Todos os anos temos leilões com alguma dimensão com grandes construtoras. Já fizemos leilões com empresas, como a Mota-Engil, a Edifer, a Somague, entre outras. Fazemos, no entanto, leilões de todo o tipo de equipamento. Temos, por exemplo, agora em preparação um em Espanha, em Barcelona, de uma fábrica de papel. Temos também organizados leilões com equipamento e maquinaria disponível na sequência da conclusão de grandes obras como foi por exemplo o caso da obra do Alqueva. O ACE, que era o construtor, não precisava do equipamento utilizado e procedemos à sua venda.

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E o equipamento que se torna desnecessário quando uma fábrica encerra ou quando deslocaliza para outro país?

Nós fazemos sobretudo vendas de natureza comercial mas também não viramos as costas a outras áreas de intervenção. Caso se proporcione uma venda que decorra de uma falência ou uma deslocalização temos igualmente condições para prestar um bom serviço.

Como é que entraram neste segmento?

No início da década de 90, ocorreram as grandes privatizações. As consultoras, os bancos e demais entidades envolvidas nesses processos precisavam de certificação quanto à valorização dos activos a vender. A oferta do serviço era escassa e a Luso-Roux veio ocupar esse espaço, avaliando as grandes unidades, industriais, de comércio, serviços, telecomunicações que foram então alvo de privatização. Posteriormente associados aos processos de crédito surgiram situações de incumprimento ou de malparado. O nosso conhecimento sobre os activos permitia-nos estar em excelentes condições determinar o seu valor adequado e encontrar o comprador certo seja no âmbito do território nacional seja no estrangeiro.

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Portanto surge aqui uma nova área de intervenção, que é a das vendas...

Colaborámos na alienação de inúmeras unidades, não só na sequência de situações de malparado, mas também de desactivação, de deslocalização ou conversão sendo muito útil o nosso posicionamento internacional já que nos facilita os contactos fora do território nacional.

Portugal é um mercado pequeno. A que mercados se dirigem para vender este tipo de equipamento?

Orientamo-nos para mercados onde sabemos haver procura destes bens dos quais salientamos África, em particular os PALOPS, os países do Magreb, a Turquia, e os países de Leste. A situação inversa também ocorre, quando um cliente Português procura uma máquina, podemos encontrá-la para ele no estrangeiro. A circunstância de estarmos associados a um grupo internacional, permite-nos fazer a venda a nível externo.

Por força dos nossos contactos internacionais, temos condições quase únicas para colocar os equipamentos das unidades industriais depois de desmontados, noutros sítios.

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A crise no sector da construção nota-se na vossa actividade?

O sector da construção civil tem revelado alguma timidez o que reduz as necessidades de renovação de equipamento por parte dos empreiteiros. Há um ou dois grandes projectos em vista pelo que será expectável que o clima se anime forçando as empresas no sentido de se reequiparem.

Acha que é possível uma retoma nesse sector em breve?

As crises são cíclicas. Existem grandes obras em preparação como o novo aeroporto ou TGV. Tais infra estruturas vão provocar grande movimentação ao nível da construção civil e obras públicas o que será decerto um motor para o desenvolvimento.

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