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Jardim «sem espírito de vingança»

Em entrevista, diz que se for reeleito quer «fechar a porta do passado»

O presidente do governo regional Madeira demissionário, Alberto João Jardim, afirmou em entrevista publicada esta quinta-feira que, se alcançar a «relegitimação» nas eleições antecipadas, vai «criar um novo clima democrático» com Lisboa, «sem qualquer espírito de vingança ou revanchismo».

Numa entrevista ao Diário de Notícias madeirense, que a intitula com «Jardim desconcertante quer pazes com Sócrates», o líder regional afirma: «A verdade é que nem mesmo o facto de o adversário principal ser o partido socialista nacional me traz qualquer espírito de vingança, de revanchismo, o que até seria muito feio».

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«Vamos fechar a porta do passado. Vamos a tempos novos», declara.

Jardim diz ainda que a decisão de demitir-se «não é para um ajuste de contas partidário ou pessoal com o Governo de Lisboa e muito menos com o Presidente da República», acrescentando perceber que haja «quem queira fazer curto-circuito» entre ele e Cavaco Silva.

«Enganam-se. Somos amigos há muitos anos e ainda há poucos dias tive a ocasião de lhe dizer que, passe-se o que se passar, a amizade e a lealdade são dois valores inalteráveis», sublinhou.

Jardim adianta que «perante um resultado de novas eleições, o governo regional terá legitimidade para, de novo, apresentar propostas a Lisboa».

«Se o povo me der maioria absoluta, eu vou reactivar uma série de propostas em Lisboa. Não em termos de exigência. Vou dizer: vamos lá rever isto tudo outra vez. Viram que os madeirenses se sentem injustiçados. Não há interesse nenhum em manter estes conflitos, vamos lá ver como é que se resolve isto», sustenta.

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Menciona igualmente que, pelo facto de Portugal ocupar a presidência da União Europeia na segunda metade deste ano, não será confortável «os governos da UE - e a Assembleia Legislativa da Madeira pode dirigir-se a qualquer governo - estarem a falar com um executivo que em Portugal começa por não respeitar os direitos das suas populações».

Jardim considera também que a revisão constitucional de 2009 «é decisiva para o futuro da Madeira» e defende ser «preciso blindar ainda mais o Estatuto Político-Administrativo» desta Região.

Tendo em conta o cenário de dificuldades económicas, promete uma campanha eleitoral «sem qualquer tipo de agressividade e serena» Garante que, se for eleito, cumprirá os quatro anos de mandato, que escolherá «em cada concelho da Região um nome elegível» e que, em termos de equipa, pretende manter João Cunha e Silva no cargo de vice- presidente.

«Eu gostava que o povo da Madeira me desse razão nisto tudo. Mas também se não der, não me sucede nada de mal, vou para férias mais cedo», conclui Jardim.

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