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Leite: agricultores temem encerramento de explorações

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Um milhar de produtores apelam ao consumo de leite português

Cerca de um milhar de produtores de leite juntaram-se esta sexta-feira na Póvoa de Varzim para pedir aos portugueses para que «consumam leite nacional», caso contrário, o sector, do qual dependem mais de 100 mil pessoas, «corre o risco de desaparecer», disse Carlos Neves, da organização deste movimento.

Eram cerca das 11h00, quando um milhar de produtores de leite, oriundos de norte a sul do país, se juntaram na Póvoa de Varzim, rumando depois até Vila do Conde, numa marcha que visou alertar para a necessidade de se «proteger o leite nacional, assim como os seus derivados», apontou Carlos Neves.

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Para o também produtor, «é preciso que o Governo crie mecanismos que protejam os nossos produtos, caso contrário, o leite de outros países como a Alemanha e Holanda acaba por ser a opção» dos consumidores.

Carlos Neves alega mesmo que há agricultores, mais a sul do país, que já «vivem situações dramáticas».

«Estão a ser avisados que as cooperativas vão deixar de recolher o leite, dentro em breve, porque as grandes superfícies estão a importar este produto de outros países da União europeia, que se vende a preços contra os quais não podemos competir».

Este movimento de produtores, com o nome de «Mais Portugueses», começou com este apelo aos consumidores, mas, e segundo Carlos Neves, «caso o Governo não se sente à mesa com os vários agentes do sector (agricultores e distribuidores), para se encontrar uma solução, iremos realizar outras acções de protesto».

Quem vive de perto daquilo a que chama a «pior crise de sempre no sector» é Pedro Penedo, um produtor que veio de Sobral de Monte Agraço e que tem uma exploração com 800 vacas.

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Com uma quota de 700 mil litros, este homem teme pelo seu futuro, porque, alegou, «o ministro da Agricultura não está a defender os nossos produtos, está mais preocupado com o escoamento de leite na Alemanha e, o nosso sector, a continuar assim, acaba».

Em relação às medidas a tomar, Pedro Penedo defende, tal como outros produtores presentes nesta marcha, que se devem criar condições para termos preços competitivos, ou seja, «se as grandes superfícies têm leite que vem da Alemanha, a 39 cêntimos, nós, em Portugal, temos que criar mecanismos de forma a conseguirmos competir com esses preços».

«Se esta situação se mantiver e se o Governo não olhar para nós, 50 por centro das explorações agrícolas fecham portas».

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