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«Sócrates escuta, os trabalhadores estão em luta»

Protesto contra precaridade laboral reuniu 300 manifestantes na FIL

[Actualizado às 14:46]

A União dos Sindicatos de Lisboa (CGTP) organizou uma manifestação esta manhã, frente à FIL, no Parque das Nações, a favor do emprego e contra a precaridade laboral, violação de direitos e degradação social acentuada. O protesto acontece num dia em que a presidência da União Europeia faz o balanço dos dez anos da Estratégia Europeia para o Emprego, e da Cimeira do Emprego, realizada em Lisboa em 2000.

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A Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo juntou-se à manifestação da Bombardier/Sorefam e sindicatos dos CTT com cerca de 300 manifestantes a mostrarem a sua preocupação em relação à taxa de desemprego, «a mais alta em décadas».

«Sócrates escuta, os trabalhadores estão em luta». Foi a gritar estas palavras que os trabalhadores em protesto se reuniram para apitar veemente contra o Governo português e exigir «melhores salários, menos impostos», «trabalho sim, desemprego não» e «justiça social».

Com esta concentração, centenas de trabalhadores reclamaram uma «necessidade de inversão das políticas que têm vindo a ser seguidas», como disse ao PortugalDiário José Ernesto Cartaxo, da Comissão Executiva da CGTP.

Segundo José Ernesto Cartaxo, «esta concentração é perfeitamente ajustada e simboliza o que se passa um pouco por todo o país».

«O balanço da Estratégia Europeia para o Emprego e da Cimeira do Emprego foi francamente decepcionante, foi um desastre», frisou o responsável sindical. Em vez do «prometido aumento do emprego» verificou-se um «aumento do desemprego de forma bastante acentuada, passando em dez anos de cerca de 5 por cento para 8,3 por cento no nosso país», referiu. «A precaridade aumentou 46 por cento, os salários têm-se mantido congelados, os direitos têm sido diminuídos, bem como a protecção social», continuou.

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«Segurança Social é um direito. Sem ela nada feito», gritavam bem alto os trabalhadores.

Segundo o sindicalista entrevistado pelo PortugalDiário, a flexisegurança, um dos temas abordados no protesto, merece o repúdio dos trabalhadores, por ser considerado «desajustado com a realidade portuguesa». A flexisegurança pretende «dar mais poder ao patronato, facilitar o despedimento, aumentar a precaridade e atacar a protecção dos trabalhadores. Só vai agravar ainda mais uma situação que já é grave», concluiu.

«É preciso, é urgente, uma política diferente»

As palavras de ordem, gritos e faixas quiseram mostrar ao Executivo que «quem trabalha tem razão. O Governo é que não».

Para os trabalhadores, «é preciso, é urgente, uma política diferente» pois o «país não se endireita com políticas de direita».

Os manifestantes acusaram ainda o Executivo de estar a implementar uma «política vergonhosa», sublinhando que o Governo de Sócrates «meteu o socialismo na gaveta».

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«Não vamos sair da rua. A luta continua»

No final da concentração, os trabalhadores lembraram que «não vão abrandar», não vão sair da rua pois «a luta continua».

E vai mesmo continuar...dia 18 de Outubro a CGTP prometeu voltar a fazer ouvir a voz dos trabalhadores e vai organizar uma «grande manifestação» para cobrar o cumprimento das promessas feitas pelo Governo.

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