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Proteção civil não acionou SMS de alerta para cheias, mesmo depois do aviso vermelho para Lisboa

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REVISTA DE IMPRENSA. Especialista admite que mecanismos de alerta à população falharam nesta quarta-feira, dia em que Lisboa ficou praticamente submersa

A Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) não acionou o sistema de alerta por SMS à população, mesmo depois de o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) ter emitido um aviso vermelho para o distrito de Lisboa, avança o jornal Público, na edição deste sábado.

Da mesma forma, a Proteção Civil não adotou um outro mecanismo rápido de aviso em alternativa, como o envio de um comunicado de última hora às redações, nem divulgou nenhum aviso escrito quanto aos cuidados a ter face à provável ocorrência de cheias, tal como fizera no domingo anterior, tendo optado por realizar uma conferência de imprensa na sua sede, às 20:00 de quarta-feira.

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O IPMA emitiu o aviso vermelho sobre a precipitação em Lisboa às 22:26 de quarta-feira, embora a Proteção Civil afirme que recebeu esse aviso sete minutos mais tarde, refere o jornal. A essa hora, Lisboa já registava níveis elevados de precipitação, provocando cheias em várias regiões da cidade. 

Cerca de uma hora depois depois do aviso do IPMA, a ANEPC alterou o estado de alerta para laranja, um grau de risco considerado elevado e descrito como "situação de perigo com condições para a ocorrência de fenómenos invulgares que podem causar danos a pessoas e bens, colocando em causa a sua segurança".

Estes avisos da Proteção Civil têm como objetivo dar orientações internas para o dispositivo de socorro, permitindo, por exemplo, o acionamento de meios de âmbito nacional.

Em declarações ao Público, Gil Martins, antigo comandante nacional e actual diretor da Escola de Gestão e Engenharia do Instituto Superior de Educação e Ciências de Lisboa, lamenta que a Proteção Civil falhe naquilo que são as atribuições base da sua missão. "Hoje em dia as três palavras-chaves a nível da proteção civil são antecipar, agir e comunicar. Destas três há duas a que não vejo ser dada atenção: na antecipação dos problemas e na comunicação com a população", lamenta.

O responsável admite ter dúvidas de que o sistema de alerta por SMS pudesse ter sido acionado neste caso, uma vez que é um sistema muito direcionado para os incêndios rurais e é um processo muito burocrático, podendo tardar a emissão de mensagens. Ainda assim, recorda que há outras maneiras de comunicar com a população, como a emissão de comunicados urgentes ou alertas públicos.

Em resposta ao Público, a ANEPC informou que ativou o sistema de alerta por SMS quatro vezes este ano, apenas devido ao risco de incêndio, entre julho e agosto. Nestas ocasiões, as mensagens foram emitidas quando foi acionado o alerta vermelho. "No total, foram difundidos mais de 15 milhões de SMS para clientes nacionais e em roaming”, refere a ANPC.

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