Mário Crespo disse esta quinta-feira não compreender como é que «numa altura em que ninguém tem dinheiro para nada aparece um grupo com dinheiro para tudo, a adquirir propriedade pública e com investimentos em propriedade pública», referindo-se à Ongoing.
O presidente do grupo de comunicação social Ongoing, Nuno Vasconcellos, disse hoje, numa nota interna aos funcionários da empresa, que os noticiários de Mário Crespo são exemplo de uma «obsessão doentia» que diz existir contra o grupo que lidera.
PUB
Ongoing: jornais de Crespo são «obsessão doentia»
«Não por acaso, nos últimos tempos, temos sido sujeitos aos mais vis e violentos ataques à nossa reputação por alguns meios de comunicação social, fruto de uma obsessão doentia», refere Nuno Vasconcelos na nota interna, a que a agência Lusa teve acesso.
O jornalista da SIC Mário Crespo reagiu a estas declarações, à margem da apresentação do seu livro, «A Última Crónica», que reúne mais de cem crónicas publicadas em vários jornais, incluindo no Jornal de Notícias, que recusou publicar um texto de opinião de Mário Crespo em que este acusava membros do Governo de terem falado depreciativamente sobre si, classificando-o como um problema.
«O que está a acontecer não é normal numa sociedade civilizada»
Mário Crespo afirmou ainda que, em Portugal, estão a ser usados «artifícios jurídicos» para «evitar a publicação de matéria noticiosa», referindo-se à providência cautelar interposta hoje por Rui Pedro Soares, administrador da Portugal Telecom, contra o semanário Sol.
E apelou a uma «reflexão pública séria, sobretudo dentro do Partido Socialista, porque o que está a acontecer não é normal numa sociedade civilizada».
«Quando no mundo se assinalam os 20 anos da libertação de Nelson Mandela, em Portugal estamos a tentar, por artifícios jurídicos, evitar a publicação de matéria noticiosa», referiu. «Isto diz muito de um país e diz muito do Governo que temos neste momento», acrescentou.
PUB