O número de blogues existentes na Internet tem vindo a aumentar todos os dias, sendo muitos deles de jornalistas portugueses que explicam a criação destes espaços como novas plataformas para escrever e para conhecer os seus leitores.
Os jornalistas «devem ter blogues», defendeu à Lusa o jornalista e bloguista Luís Castro, também coordenador do «Telejornal» da RTP.
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Segundo o responsável pelo blogue Cheiro a Pólvora (cheiroapolvora.blogs.sapo.pt), esta é «uma forma de [os jornalistas] perceberem as pessoas para quem escrevem».
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O blogue Cheiro a Pólvora é, como sublinha Luís Castro, um «espaço pessoal que em nada vincula a RTP», funcionando também como um local onde «os leitores podem opinar com total liberdade».
«No Iraque cheguei a fazer reportagens por sugestões que me deram no blogue e, por vezes, incluía nos directos do Telejornal explicações para as dúvidas que percebia nos leitores do blogue», sublinha Luís Castro, que fez a cobertura do conflito no Iraque para a RTP.
Blogue é muitas vezes «a saída»
Também para Jorge Manuel Lopes, redactor da revista Time Out Lisboa e colaborador do Expresso, o blogue é um espaço pessoal.
O jornalista, que criou em 2005 o blogue A Vítima Respira (avitimarespira.blogspot.com), explica que funciona principalmente «como arquivo pessoal de 14 anos de textos» mas defende que os blogues são, muitas vezes, espaços de exibição.
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«A blogosfera em Portugal, tal como a blogosfera no mundo todo, é preenchida a 99,5 por cento pela mais absoluta inutilidade, são oceanos e oceanos de uma relação tristonha, mas amplamente correspondida, entre exibicionistas e voyeuristas. Relação da qual, infelizmente, não posso dizer que esteja excluído», afirmou.
Já Pedro Rolo Duarte, actual colaborador da Antena 1 e da revista Lux Woman, confessou ter criado um blogue (pedroroloduarte.blogs.sapo.pt) na sequência da saída do Diário de Notícias há um ano e três meses.
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«Entendi que não deveria deixar de escrever e publicar. Um blogue foi a saída mais óbvia», admite.
Em matéria de números, o jornalista, que descreve o seu blogue como «uma espécie de pequeno jornal individual», afirma ter recebido até ao momento «perto de 200 mil visitas e cerca de 380 mil páginas vistas», sublinhando ainda que como a audiência «oscila muito, não se pode aferir uma média com rigor».
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