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Bebé: ambulância demorou muito

Comandante dos Bombeiros da Lourinhã acusa médico de negar auxílio a grávida. Bebé nasceu a caminho da maternidade. Clínico diz que acusações são falsas e que o centro de saúde não tem condições para realizar partos. Se socorro tivesse sido mais rápido, bebé nasceria no hospital, desabafa

Nasceu a caminho da maternidade do Hospital de Torres Vedras. O comandante dos bombeiros diz que foi negada assistência médica à parturiente no Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde da Lourinhã, mas o médico que assistiu esta mãe contesta as acusações.

«Não foi recusada assistência alguma», garante Luís Rei, o médico que recebeu a parturiente. «A senhora estava sentada no carro, e eu fui atendê-la à porta do SAP. Vendo que estava a sentir contracções, liguei pessoalmente para os bombeiros pedindo uma ambulância para a maternidade», mas «infelizmente demorou bastante» a chegar, sublinhou ao PortugalDiário.

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Questionado sobre se a paciente deveria ter sido admitida no SAP, Luís Rei garante que essa opção só teria «piorado tudo»: «Tentei ser o mais célere possível; a grávida tinha contracções e todos os minutos contam. Como não tenho condições no SAP para realizar partos, atendia-a na parte de fora do centro, e chamei de imediato a ambulância. No fundo, era como se a parturiente tivesse ido directa para a maternidade». O bebé acabou por nascer à porta da cidade. Poucos minutos teriam feito a diferença, diz o médico.

Centro não tem condições para realizar partos

Depois, e enquanto a ambulância tardava em chegar, o clínico regressou ao interior do centro, para continuar a atender «os muitos doentes que esperavam», tendo ficado uma enfermeira a prestar assistência à grávida. «Dizer que não prestámos auxílio?», pergunta Luís Rei: «O auxílio que podemos prestar, já que o centro não tem condições para fazer partos, é encaminhar a parturiente para o Hospital de Torres Vedras».

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Confrontado com as acusações de negar assistência à grávida, Luís Rei é veemente: «Trabalho há muitos anos porque gosto de o fazer. Não era agora que iria recusar assistência médica».

Sem que a direcção do centro de Saúde tenha tomado uma posição oficial, o clínico veio a público defender-se das acusações do comandante dos Bombeiros, que prefere, aliás, não comentar directamente.

Segundo bebé a nascer na ambulância

É que a versão do comandante dos bombeiros Voluntários da Lourinhã, Carlos Pereira, é bastante diferente da do médico. «É a segunda vez que um bebé nasce na ambulância porque há recusa do médico em assistir a grávida no centro de saúde», denunciou, acrescentando que vai agora pedir explicações ao Ministério da Saúde.

No domingo à tarde, a parturiente foi surpreendida pelo rebentar das águas e dirigiu-se ao SAP. Pedida a ambulância, os bombeiros depararam-se no local com uma grávida dentro de uma carrinha de passageiros já com contracções e «só com a enfermeira junto à viatura», relatou o socorrista Venâncio Silva, que assegura que a parturiente não chegou a entrar no SAP nem foi observada pelo médico de serviço, tendo sido reencaminhada sem ficha clínica.

No trajecto até Torres Vedras, o parto estava cada vez mais iminente e a criança acabou por nascer à entrada da cidade, junto ao jardim do Choupal: «Foi um parto normal» contou Venâncio Silva, que assistiu pela segunda vez a um nascimento de uma criança em plena ambulância.

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