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Funcionários da Qimonda podem ser transferidos

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90 por cento dos trabalhadores da fábrica-mãe, em Dresden, podem passar para outra sociedade até encontrar investidor

O gestor de falência da Qimonda, Michael Jaffé, propôs a transferência de 90 por cento dos 2780 trabalhadores das fábrica-mãe, em Dresden, para outra sociedade, até que seja encontrado um investidor privado que permita manter a empresa, avança a Lusa.

Quem aceitar a transferência continuará a receber quase 80 por cento do salário actual, graças a um empréstimo de 14 milhões de euros contraído por Jaffé, noticiou esta terça-feira o jornal «Neue Dresdner Nachrichten» (DNN).

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O gestor de falência comunicou também aos trabalhadores da Qimonda Dresden que o projecto terá de ser anulado, se até ao meio-dia de sexta-feira pelo menos 90 por cento do pessoal não aceitar a passagem para a nova sociedade.

Simultaneamente, Michael Jaffé afirmou estar «mais de 50 por cento optimista» quanto a arranjar nos três meses e meio que a referida sociedade estará em funções um comprador privado para a Qimonda.

Para que a produção possa ser imediatamente retomada em Dresden, no entanto, é necessário um núcleo de cerca de 300 trabalhadores para supervisionar a nova linha de fabrico de semicondutores, a Buried Wordline, com a qual a Qimonda garante ter uma vantagem tecnológica de quase ano e meio sobre a concorrência asiática e norte-americana.

Além disso, são precisos mais 200 trabalhadores para diminuir gradualmente a produção, que cessará totalmente a 1 de Abril, como já foi anunciado.

Os restantes 2200 trabalhadores deverão passar para a nova sociedade, e caso não bastem três meses e meio para angariar novo investidor, Jaffé tentará obter financiamentos adicionais do principal accionista, a Infineon, e do fundo da União Europeia para a Globalização, revelou ainda o DNN.

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O presidente da Comissão de Trabalhadores da Qimonda Dresden, Martin Welzel, disse ao mesmo jornal que a proposta de transferência para uma nova sociedade está a ser encarada «de forma muito diferenciada» pelo pessoal.

Transferência é a única solução para salvar a Qimonda

«Muitos estão chocados com esta evolução, porque esperavam uma compra rápida por um novo investidor, e por isso é difícil prever se a quota de transferência de 90 por cento será atingida».

«Pessoalmente, considero a transferência para a nova sociedade a única solução para salvar a Qimonda».

A transferência significa que os trabalhadores receberão mais 10 por cento de salário do que se estivessem abrangidos pelo subsídio de desemprego, que poderão começar a receber mais tarde, se não for encontrado novo investidor.

Além disso, manterão as mesmas regalias sociais e a hipótese de regressar à empresa.

Segundo fontes próximas do gestor de falência, até agora só surgiu um eventual investidor com interesse concreto na Qimonda, a «holding» estatal chinesa Inspur.

Segundo o jornal «Handelsblatt», Jaffé deslocar-se-á ainda esta semana a Pequim para negociações com o fabricante de «servers» e software, que estaria interessado numa participação forte, mas minoritária, como foi noticiado a semana passada.

As restantes quotas teriam de ser asseguradas, directa ou indirectamente, e a título provisório, pelo Estado da Saxónia, por Portugal, que já garantiu a intenção de salvar os 1700 empregos da fábrica de Vila do Conde, e ainda pelos credores da Qimonda.

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