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Comboio abalroa ambulância

quatro mortos. Seguiam todos na ambulância, que foi arrastada 500 metros: um casal de 75 e 73 anos, a filha e a condutora. «Um cenário horroroso», dizem bombeiros. Familiares recebem apoio psicológico Não é a primeira vez que acontece um acidente destes em Leiria

[Actualizada às 12h36]

Uma ambulância da Associação Cultural Lugares Amigos, de Ervideira, Coimbrão, Leiria, que faz transporte de doentes foi esta manhã abalroada por um comboio, em Montijos, na freguesia de Monte Redondo, provocando a morte dos quatro ocupantes da ambulância, segundo informação da presidente da junta ao PortugalDiário.

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Já o presidente da junta de freguesia de Coimbrão, Paulo Pedroso Pedro, contou ao PortugalDiário que na ambulância seguiam um casal de 75 e 73 anos, a filha destes, aparentando entre 30 a 40 anos, e a condutora, uma mulher de 37 anos com muita experiência de condução de ambulâncias.

Com a violência do choque, a ambulância foi arrastada 500 metros na linha. Segundo fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro de Leiria, três dos corpos foram projectados para fora da ambulância e ficaram espalhados na via, ao longo de cerca de 250 metros. Fonte dos bombeiros descrevia assim o que se pode ver no local: «Um cenário horroroso».

A condutora ficou presa no interior da ambulância, que, ao início da tare continuava ainda debaixo do comboio, completamente prensada. Psicólogos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) já se encontram no local para apoiar os familiares das vítimas do acidente.

Os ocupantes dirigiam-se para uma clínica, em Leiria, para fazerem fisioterapia. O casal e a filha destes residiam na Praia de Pedrógão. A condutora era de Ervideira.

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O PortugalDiário contactou a Associação Cultural Lugares Amigos cerca das 12h00, mas a única pessoa disponível, uma condutora de outra ambulância, alegava ter tido conhecimento de «alguns rumores», que não tinha ainda confirmado, remetendo para mais tarde qualquer esclarecimento sobre o destino da outra ambulância da associação.

Como passou a ambulância?

O acidente ocorreu cerca das 10h00, numa passagem de nível.

De acordo com a autarca de Monte Redondo, a ambulância terá atravessado a linha numa altura em que «a passagem de nível estava com as cancelas fechadas». Maria Espadinha admite ainda que o comboio não seguia a grande velocidade, pois «nem saiu dos carris».

O presidente da junta de Coimbrão, chocado com esta «tragédia», admite que pode ter existido algum problema na passagem de nível automatizada e refere o facto de terem acontecido falhas de electricidade segunda-feira que poderão ter afectado o sistema.

Um dos leitores do PortugalDiário conta um episódio ocorrido na semana passada, e que pode colocar em causa a fiabilidade do sistema. «Na semana passada, a minha esposa passou nessa mesma passagem onde ocorreu este acidente e as cancelas não fecharam, tendo apanhado um susto de morte».

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A Rede Ferroviária Nacional, Refer, contactada pela Lusa, rejeita qualquer avaria: «A ambulância contornou as barreiras da passagem de nível, que estavam fechadas». A passagem de nível automática, situada ao quilómetro 175 da Linha do Oeste, estava operacional, «com sinais luminosos e sonoros, além das barreiras baixas», alegando ainda que a ambulância contornou as cancelas.

No local estão elementos dos Bombeiros Voluntários de Leiria e da Ortigosa, mas o primeiros a chegar foram os voluntários de Monte Redondo, pois o acidente ocorreu mesmo próximo do quartel.

Dezenas de populares encontram-se no local a observar as operações de recolha dos corpos das quatro vítimas resultantes do acidente.

A circulação na linha do Oeste foi reestabelecida pelas 15h18. O comboio, um regional de duas composições, e com 13 passageiros a bordo, seguia no sentido norte-sul, entre Coimbra e Caldas da Rainha.

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