A Moody's, que cortou a nota da dívida portuguesa para «lixo», é uma das três grandes agências de rating do mundo que avaliam as dívidas de estados soberanos e de empresas.
Estas três agências são norte-americanas, controlam 95% do mercado, e as notas que atribuem não só influenciam investidores como podem destruir a reputação económica de um país ou de uma empresa.
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Fazem capas de jornais, aberturas de telejornais e têm condicionado a acção de governos, de empresas e do cidadão comum do mundo inteiro. As agências de rating são empresas de notação de risco de crédito e têm como principal função medir a capacidade de um estado ou de uma empresa em pagar as suas dívidas.
Há centenas de agências de rating pelo mundo fora, mas apenas três dominam o sector: a Standard & Poor¿s, a Moody's e a Fitch.
No caso de um estado, as agências analisam a capacidade que têm em pagar os empréstimos contraídos a longo, médio e curto prazo. Para as empresas, estudam os seus activos e planos estratégicos e definem o grau de risco para os investidores.
E como qualquer outro serviço, custa dinheiro, e muito. Em Portugal, como em outros países, o estado, as empresas, públicas e privadas, e a banca pagam vários milhões de euros anualmente pelas avaliações destas agências.
Os resultados têm a forma de rating, é uma espécie de pauta, em que as notas vão de AAA (capacidade total para cumprir os compromissos financeiros) até C ou D, consoante a agência, que dá como impossível o cumprimento de dívidas, ou seja, a bancarrota.
Avaliações que são fundamentais porque é a partir destes ratings que os investidores tomam as suas decisões. Avaliações que têm penalizado, e muito, vários países europeus que têm sido sujeitos a cortes consecutivos do seu rating.
A Europa discute agora a criação de uma agência de rating supranacional, ou seja, de dimensão europeia, desde o início da crise financeira.
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