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Gripe das aves mataria 32 mil em Portugal

Cenário sobre eventual pandemia foi traçado por especialistas

Mais de 32 mil mortos é o número provável de vítimas se uma pandemia de gripe humana de origem aviária atingir Portugal, de acordo com cenários traçados por peritos que reconhecem que o anti-viral Oseltamivir reduzirá esta mortalidade, noticia a agência Lusa.

A necessidade de planear uma resposta a uma eventual pandemia de gripe em Portugal levou vários peritos a elaborar cenários.

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Os primeiros «Cenários preliminares para uma eventual pandemia de gripe» foram elaborados pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) e apresentados em Julho de 2005.

Os cenários foram, entretanto, actualizados, dando origem a um relatório a que a Lusa teve acesso e que levou em conta «medidas de intervenções que, em 2005, ainda não estavam implantadas», nomeadamente a utilização de Oseltamivir.

Popularmente designada por gripe das aves, a pandemia em análise é na verdade uma pandemia de gripe humana de origem em aves, a qual poderá, ou não, ser desencadeada pelo H5N1, a estirpe mais mortal até agora conhecida da doença.

O Oseltamivir é o anti-viral tido como o mais eficaz contra uma pandemia de gripe com origem na gripe das aves (H5N1) e do qual Portugal dispõe de 2,5 milhões de doses individuais.

Neste documento mais recente não foram, contudo, levadas em conta outras medidas de saúde pública, apesar dos autores dos cenários reconhecerem que estas «terão um efeito principal, embora não exclusivo, na diminuição da incidência da doença e, portanto, nas taxas de ataque».

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Os autores dos novos cenários basearam o seu cálculo em três taxas de ataque (30, 35 e 40 por cento da população), admitindo que a pandemia evoluiria em duas ondas.

Os peritos consideram provável que, com uma taxa de ataque de 30 por cento, existiriam 3.106.835 casos de gripe, 3.624.641 numa taxa de ataque de 35 por cento e 4.142.447 perante a mais severa taxa de ataque (40 por cento).

A nível das consultas, os cenários agora conhecidos apontam para um número maior do que os traçados em 2005.

Os perigos reconhecem que «o número de óbitos que ocorrer durante uma pandemia dependerá fortemente da forma como os cuidados de saúde - em ambulatório e hospitalares - forem planeados e executados».

Nestes cenários, com uma taxa de ataque máxima (40 por cento) superior à dos traçados em 2005, é maior o número de óbitos apurado.

Para a taxa de ataque total mais baixa (30 por cento), e num cenário sem intervenção, o número «mais provável» de mortes serão 24.038, valor bastante superior ao indicado nos cenários de 2005 (9.571 óbitos).

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No cenário mais severo (40 por cento) o número «mais provável» poderia atingir o valor de 32.051 óbitos, enquanto uma taxa de ataque de 35 por cento poderia resultar em 28.044 óbitos.

Estes números descem substancialmente quando é equacionada a administração do Oseltamivir. Para estes cenários, foram levados em conta três níveis de efectividade deste medicamento, uma vez que «há grande incerteza na avaliação da sua efectividade».

O estudo vai ser publicado em breve na revista científica Peer Review, o que lhe dará validade científica.

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