Mais de 500 mulheres abortaram desde 15 de Julho, quando entrou em vigor a lei da despenalização da interrupção voluntária da gravidez, aprovada em referendo, revelam dados divulgados esta segunda-feira pela Direcção-Geral de Saúde, escreve a Lusa.
Ao todo, foram 526 as interrupções feitas até hoje a pedido da mulher, mais de metade (53,99 por cento) na Região de Lisboa e Vale do Tejo.
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Segue-se as regiões Norte (22,24 por cento), Centro (15,78), Algarve (4,37) e Alentejo (3,61).
Sobre as regiões dos Açores e da Madeira, a DGS não forneceu quaisquer números.
Contactado pela agência Lusa, o director-geral de Saúde escusou avançar com qualquer análise destes números, afirmando que só será possível fazê-lo no final dos primeiros três de aplicação da lei, a 15 de Outubro.
Nessa altura «será possível um estudo mais pormenorizado e desenvolvido», disse Francisco George.
«Estamos ainda no início do processo», acentuou, salientando que a perspectiva do Governo é investir no planeamento familiar e «evitar as gravidezes indesejadas» e, consequentemente, o número de abortos.
A divulgação dos números só ocorreu por uma «questão de transparência», de uma «forma muito reflectida», e tendo como objectivo que a população «participe na redução do número de interrupções voluntárias da gravidez».
«Nem mesmo a definição do perfil das mulheres que recorreram ao aborto é possível com os números agora existentes», salientou Francisco George.
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