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Adriana Calcanhotto canta à «cappella»

«Apagão» de 15 minutos no concerto da cantora no Coliseu de Lisboa

O concerto de Adriana Calcanhotto, desta segunda-feira, foi interrompido durante cerca de quinze minutos. Um apagão no Coliseu dos Recreios interrompeu um concerto que estava a ser mágico, íntimo, um festival de boa música em comunhão com um público encantado.

Enquanto a cantora brasileira cantava «Mulher sem razão», do seu novo álbum «Maré», a electricidade que alimentava os instrumentos e o microfone de Adriana «desapareceu». O êxtase do público deu lugar a um clima de consternação e estupefacção quando Adriana abandonou o palco sem prometer voltar.

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Quinze minutos passaram. A esperança escasseava cada vez mais entre os fãs de Adriana Calcanhotto. Os mais «fiéis» ficaram, aplaudiram, chamaram e gritaram pela brasileira. Poderia «Mulher sem razão» ficar apenas pelo meio?

As luzes voltaram finalmente, mas apenas as que iluminavam a plateia. O palco continuava sombrio e vazio até que Adriana Calcanhotto subiu de novo ao palco e à cappella, sem o apoio do microfone que continuava mudo, presenteou com mais três canções o público que ainda resistia: «Quem Vem Pra Beira do Mar», «Maresia» e terminou «Mulher sem razão».

Dentro do coliseu apenas havia Adriana. Uma parte da audiência levantou-se dos seus lugares para se ir sentar no chão à frente do palco, mais perto de Adriana. Cada música foi aplaudida de pé.

Dentro do Coliseu um silêncio sepulcral apenas quebrado pela voz ténue da cantora. Qualquer barulho inocente na audiência era desde logo silenciado pelo público.

Adriana cantava, mas mais parecia que contava histórias com o público sentado em seu redor, a seus pés.

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«Como vai Lisboa?»

Adriana entrou vestida com um longo vestido vermelho que contrastava com as decorações ligadas ao mar que decoravam o palco. O concerto começou com «Maré», single que dá nome ao novo álbum. A voz da cantora encantou a audiência. Perfeita, limpa, sem a mais ténue desafinação.

Cada música cantada pela brasileira aumentava a intimidade com o público. Depois de «Três» e «Seu pensamento», a cantora saudou a plateia presente, bastante até, tendo em conta que o concerto aconteceu no início da semana. «Boa noite Lisboa. Que saudades, Lisboa», declarou a cantora.

«Mais Feliz», do álbum «Marítimo» teve direito à primeira ovação da noite. O público cantou em comunhão com a brasileira que encantava Lisboa.

Mas Adriana Calcanhotto não se socorreu apenas da sua guitarra para deliciar as pessoas presentes. Em «A poesia do Ermita», a cantora deu aso aos seus dotes de violoncelista e, mais uma vez, a sua actuação foi irrepreensível. O público reagiu ao talento da cantora.

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«Há crianças na plateia

Antes de cantar «Fico assim sem você», Adriana interpelou audiência: «Há crianças na plateia?». Muitas foram as vozes que se manifestaram e que cantaram. «Fico assim sem você» pôs o público a cantar com a brasileira. A voz de Adriana era acompanhada por um vasto coro de pessoas satisfeitas.

«Vambora», uma música que apela ao romantismo e às dores de amor, arrancou também uma violenta reacção de satisfação por parte da plateia presente no Coliseu.

Concerto memorável

Quem esteve no Coliseu não vai esquecer este concerto. Adriana «encheu as medidas» a quem veio assistir a espectáculo. Se por um lado é de louvar a voz primordial da cantora, também é preciso chamar a atenção para a humildade demonstrada por voltar a subir a um palco que não tinha condições para a receber. O público agradeceu de pé várias vezes a coragem.

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