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Optimus Alive11: James Blake e a tenda dos chapéus de palha

Actuação não surpreendeu como esperado. Pouco público interessado pelo palco secundário em dia de Coldplay

Coube aos Naked and Famous abrir a quinta edição do Optimus Alive11. Directamente da Nova Zelândia no dia em que um forte sismo abalou o país insular, a estreia da banda em território português fez-se sem convencer uma plateia de gente sentada no chão da tenda do palco Super Bock - espaço secundário deste festival, habitualmente reservado a estrelas ascendentes e promessas do rock-pop alternativo da cena mundial.

Alisa Xayalith e Thom Powers esforçavam-se por fazer passar o espírito do único álbum da banda, «Passive Me, Aggressive», mas do outro lado, o cenário era quase só gente sentada no chão, aliás, um mar de chapéus de palha, acessório oferecido pela marca patrocinadora do evento e que, a par das muitas meninas de mini-calções, se tornaram na grande tendência do evento. Com «Girls Like You» ou «Young Blood» a plateia mostrou-se mais colaborativa, mas o público difícil deixava adivinhar desde o primeiro momento que estava ali por causa de uma só banda. E essa banda eram os Coldplay.

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Com o sol a torrar e o vento a levantar a poeira digna de uma tempestade no deserto, no alinhamento do cartaz deste palco seguiu-se Avi Buffalo. A banda californiana não teve o som a seu favor, e quase não conseguiu arrancar emoções da audiência, que estava em puro relax. Ao nosso lado, havia um grupo de amigos a jogar às cartas, outros a namorar. Na verdade, ninguém parecia estar muito interessado na voz estridente - mas afinada - de Avigdor Zahner-Isenberg, um surfista de Long Beach que se tornou cantautor. A tenda parecia agora um louge onde só faltavam puffs, pois bebidas frescas havia com fartura.

Com um único álbum homónimo editado, o grupo de amigos mostrou algumas músicas novas, como «Ok Cubic». Provavelmente esgotado com a viagem, o vocalista conversador mostrou-se entusiasmado com a tenda de Red Bull que conseguia ver do palco. Não resistiu a perguntar se havia ali quem gostasse da bebida enérgica. E - ena! - tantos adeptos.

Seguiram-se os Mona. Agarrado à guitarra, Nick Brown não é um vocalista qualquer. Está cheio de energia e isso nota-se na actuação da banda. Na estreia por cá ouviu-se um tema de tributo a Johnny Cash, puro rock n roll a abrir e a ter resposta da audiência, agora já mais desperta.

Um dos nomes que causava maiores expectativas neste palco secundário era o de James Blake, que editou este ano um álbum homónimo e foi considerado uma das vozes obrigatórias da nova geração. Mas o londrino não deu o concerto memorável que alguns esperavam. Música pausada, atmosférica e a exigir demasiada concentração onde esta não existia. A actuar à hora do jantar, a esperada enchente de cinquenta mil festivaleiros fazia bicha nas barraquinhas. Ainda assim, a tenda esteve mais cheia do que anteriormente, via-se que mais por curiosidade do que por paixão.

O vocalista de «Limit to Your Love», quase sempre de olhos pousados no sintetizador, tinha, contudo, quem soubesse as letras de algumas músicas de cor, apesar de o dubstep parecer desenquadrado do lugar e ser de difícil acompanhamento. Alguém a nosso lado desconfia: «Isto não é James Blake». Mas era.

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