A cantora e compositora indie-rock inglesa PJ Harvey, que actua esta quarta e quinta-feira em Portugal, quer divulgar com regularidade a prosa, poesia e pintura que tem feito nos últimos anos, escreve a agência Lusa.
«Sou uma escritora muito activa, não só de canções, mas também de poesia e contos. Gostava de editar com mais regularidade os meus desenhos e os meus textos que não são canções», explicou em entrevista à publicação «Spinner».
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Há vinte anos Polly Jean Harvey tencionava dedicar-se às artes plásticas, tirar um curso de escultura, mas acabou por se afastar desse caminho e enveredar pela música quando surgiu a oportunidade de gravar um álbum.
Ainda assim nunca desistiu dessa paixão pelas artes visuais e revelou que a pintura tem feito parte da sua rotina, a par das canções, ao longo dos últimos vinte anos.
«Tal como escrevo todos os dias, também desenho e pinto diariamente e isso é parte da minha vida, mesmo quando estou em digressão. Aliás, para mim a composição também é um processo visual», disse.
PJ Harvey, de 41 anos, anda em digressão pela Europa desde meados de Fevereiro com o novo álbum, «Let England Shake», e as duas datas em Portugal não são excepção: há muito que estão esgotadas, na quarta e quinta feira na Aula Magna, em Lisboa.
Em vinte anos, PJ Harvey editou oito álbuns de estúdio, mas desconhece-se qualquer edição literária ou mesmo colectânea de letras de canções, referiu o jornal «The Guardia».
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A única vez em que revelou os seus desenhos foi em 2010 a convite do realizador Francis Ford Coppola para uma edição da revista Zoetrope: All-Story.
PJ Harvey regressa a Portugal para mostrar «Let England Shake», expressão de um olhar sobre o que se passa no mundo, disse em entrevistas recentes.
«Procurei sempre um ponto de vista humano, porque não me sinto qualificada para cantar de um ponto de vista político. Eu canto como um ser humano afectado pela política e para mim essa é a melhor maneira», afirmou.
«Let England Shake» tem doze temas gravados numa igreja do século XIX, em Dorset, no Reino Unido, com Polly Jean Harvey acompanhada dos músicos Flood, John Parish e Mick Harvey, que estarão com ela agora em Lisboa.
Em entrevista à BBC, a cantora explicou que passou mais de dois anos a pesquisar sobre conflitos e tempos de guerra actuais e antigos, falou com pessoas que estiveram no Iraque e no Afeganistão, viu documentários e leu ensaios, ficção, poesia, entrevistas e blogues.
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