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Santos Silva: punk é «antepassado histórico» dos protestos dos dias de hoje

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O ex-ministro da defesa e sociólogo comparou o movimento punk com os recentes movimentos de protesto na Turquia e Brasil

O sociólogo Augusto Santos Silva, na apresentação de um estudo de três anos sobre o punk, afirmou que este movimento pode ser considerado «antepassado histórico» dos que agora se agitam nas ruas de Portugal, Turquia ou Brasil.

O sociólogo e ex-dirigente socialista falou à agência Lusa, à margem da apresentação, na quinta-feira à noite, no Porto, do estudo «Keep It Simple, Make It Fast! - Prolegómenos e Cenas Punk (1977-2015)», liderado por Paula Guerra.

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Para o também ex-ministro da Defesa, «a capacidade de utilizar tecnologias e formas de disseminação de informação, hoje muito disponíveis, é um dos traços constitutivos do punk e por isso pode-se considerar como um dos antepassados históricos de movimentos inorgânicos de hoje».

O estudo da Universidade do Porto vai analisar o movimento punk em Portugal aplicando áreas da ciência como a Sociologia, a História ou a Psicologia. A Augusto Santos Silva caberá a análise das letras de 300 músicas já analisadas, das 400 recolhidas no primeiro ano do trabalho.

«O punk tem uma intenção expressiva muito assumida, que muitas vezes na forma de manifesto, de uma mensagem politicamente muito expressiva e o que nós procuramos fazer é conhecer e analisar o discurso político e social do movimento», explicou o sociólogo.

Santos Silva chamou a atenção para o facto do projeto ter também «uma intenção quase arquivística», e que algumas das razões «que levaram a Fundação de Ciência e Tecnologia a financiá-lo é ser possível levantar sistematicamente, tratar e disponibilizar publicamente um conjunto de materiais que estão hoje muito dispersos».

A identificação das bandas, dos seus membros, a recolha dos fanzines que foram publicados, as entrevistas a antigos e atuais punks, a recolha sistemática dos registos fonográficos, a transcrição das letras, vão permitir constituir um arquivo de quase 40 anos de punk em Portugal.

«Este é o primeiro projeto académico sobre o punk no mundo a olhar o movimento nas suas diversas facetas», chamou a atenção Andy Bennet, sociólogo britânico da Griffith University da Austrália, durante a apresentação numa instalação hoteleira, perante uma plateia de algumas dezenas de pessoas, muitas delas visivelmente punks.

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