Os tempos podem ser outros, mas o punk não muda e continuará a ser a música perfeita para cantar o que vai mal no mundo, disse à Agência Lusa Marky Ramone, antigo baterista dos Ramones.
O músico esteve esta quarta-feira no Santiago Alquimista a tocar o repertório antigo dos Ramones, mas passou antes pela FNAC Chiado para um breve encontro com admiradores.
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Questionado pela Lusa sobre o que é ter hoje uma atitude punk, em tempos de crise, Marky Ramone disse que a música punk será sempre a ideal para expressar a raiva e o descontentamento.
«Podes dizer tudo em dois minutos. As vossas guerras agora podem ser outras, mas a música não muda. O punk é o mesmo. O que muda é a tecnologia», afirmou o músico. «Não há Britney Spears ou Justin Bieber que façam isso», alertou.
Michale Graves, antigo vocalista dos Misfits, que tem estado a tocar com Marky Ramone, lamentou à Lusa que os adolescentes norte-americanos estejam muito acomodados na actualidade.
«Refilam muito, mas não fazem nada. E estão a chegar tempos difíceis. Obama tem andado a revelar meias verdades e ainda não disse que vêm aí tempos difíceis», disse o músico norte-americano.
Marky Ramone (nascido Marc Steven Bell há 54 anos) regressou ao Santiago Alquimista quatro anos depois de ali ter tocado. Desta vez, o repertório incluiu maioritariamente temas dos Ramones e o músico esteve acompanhado de Michale Graves.
O baterista integrou os Ramones, uma das principais bandas punk rock dos Estados Unidos, em 1978, para substituir Tommy Ramone. Permaneceu no grupo até 1983 e regressou em 1987, permanecendo depois até à separação definitiva, em 1996.
Com a banda, Marky Ramone gravou álbuns como «Road to Ruin» (1978) e «End of the Century» (1980), produzido por Phil Spector. Já depois da separação dos Ramones, Marky gravou em 2002 «Don't Worry About Me» com Joey Ramone. Nesse mesmo ano a banda foi incluída no Rock and Roll Hall Of Fame.
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