Mais de duas horas de espectáculo e um final de festa que transformou o Campo Pequeno num sambódromo de Carnaval de Outubro - foi assim o regresso de Seu Jorge a Lisboa.
O músico brasileiro trouxe consigo uma banda de 14 elementos, autêntica orquestra tropical onde não faltaram variadas percussões, trompetes, saxofones, violinos e harmónicas.
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Nas canções, houve um pouco de tudo o que faz parte da MPB de Seu Jorge - do samba à bossa nova. E também momentos com menor batida, mas nem por isso menos intensos, como as versões em português de clássicos de David Bowie.
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As primeiras saudações ao público que encheu a arena foram feitas com olés vindos do palco e uma corneta típica de tourada. Mas a festa era outra e o último disco, «América Brasil», serviu para abrir caminho por um alinhamento com mais de 20 temas. Os primeiros passos de dança foram enjeitados ao som de «América do Norte», «Samba Rock» e «Trabalhador», todos eles editados em 2007.
Os ritmos tropicais e as estórias cantadas pelo músico que cresceu na favela foram suficientes para agarrar a plateia desde o início. «Carolina» foi resgatado ao primeiro álbum, de 2005, e dedicado «a todas as Carolinas de Portugal» antes de Seu Jorge se tornar em santo casamenteiro.
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O cantor chamou ao palco um fã, João, que lhe tinha feito um pedido muito especial através de email. O jovem, já de ramo de flores na mão, declarou o seu amor à namorada Ana e pediu-a em casamento perante milhares de pessoas. Digno de qualquer filme romântico, ao momento nem faltou o champanhe, também oferecido pela banda.
Os noivos tiveram direito a celebrar com «Seu Olhar», aproveitado também pelos restantes casais presentes em jeito de dança slow. Depois foi a vez do Trio Preto mostrar o que vale de pandeiretas na mão, arrancando aplausos de apreço do público.
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De violão, Seu Jorge esteve sozinho em palco para a fase mais intimista do espectáculo. Recordou «Life on Mars?» e «Rebel Rebel», originais de David Bowie e transcritos para português em simples mas belas versões que figuraram na banda sonora do filme «Um Peixe Fora de Água».
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Tocou «Zé do Caroço» de Leci Brandão e voltou a brilhar com as rimas de «Nego Drama», original do grupo de rap brasileiro Racionais MCs. «É duro o texto, mas é a pura verdade», disse acerca do tema que fala sobre as dificuldades da vida nas favelas.
«É Isso Aí» (desta feita sem Ana Carolina), a nova «Pessoal Particular» e a versão de «A Namorada», de Carlinhos Brown, continuaram a alimentar o fogo de um espectáculo já bem quente.
No encore, e depois do mais do que exigido regresso ao palco, o single «Burguesinha» arrancou a maioria do público das cadeiras na bancada. E poucos pararam de dançar até ao final carnavalesco com «Mamãe Eu Quero» ou "Cachaça". Em versão samba ou acústico, Seu Jorge e a sua banda brilharam em Lisboa.
1. América do Norte
2. Samba Rock
3. Trabalhador Brasileiro
4. Chega no Suinque
5. Carolina
6. Seu Olhar
7. [Trio Preto]
8. Life On Mars? (David Bowie)
9. Rebel Rebel (David Bowie)
10. Zé do Caroço (Leci Brandão)
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11. Nego Drama (Racionais MCs)
12. É Isso Aí
13. Pessoal Particular
14. Mangueira
15. A Namorada (Carlinhos Brown)
16. Mina do Condomínio
Encore
17. Burguesinha
18. Mania de Peitão
19. Chatterton
20.
21. São Gonça
22. [medley carnaval] O Teu Cabelo Não Nega/Mamãe Eu Quero/Maria Sapatão/Cabeleira do Zezé/Allah-Lá-Ô/Cachaça/A Jardineira
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