Em estreia absoluta em Portugal, Regina Spektor brilhou no concerto que deu o arranque à edição 2010 do CoolJazz Fest. A cantautora de origem russa esteve esta quinta-feira em Cascais e espalhou boa disposição e simpatia pela plateia que encheu o recinto montado no Parque Palmela.
Não demorou muito para se perceber o porquê da lotação esgotada do espectáculo. Regina não só dá conta do piano com mestria, como a sua voz, aparentemente frágil, acaba por revelar-se segura e poderosa. É também uma exímia contadora de histórias, por entre temas mais sérios, outros mais leves, sem nunca se deixar prender por padrões rígidos nas canções. Na sua música, podemos encontrar um pouco de tudo - do jazz à folk, da música clássica ao hip-hop, passando pelo punk.
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Foi assim, de conto em conto, e descontraidamente, que Regina Spektor foi conquistando o público, começando com os dois temas que abrem o mais recente álbum, «The Calculation» e «Eet». Tons e ritmos alegres recebidos com muitas palmas e elogios, retribuídos com um sorrisos sinceros e um «obrigado» em português bem ensaiado.
Ao piano durante grande parte do espectáculo, Regina esteve acompanhada de uma banda composta por um baterista, um violoncelista e um violinista. Discretos quando foi necessário, mas essenciais para preencher e dar corpo a canções como «Sailor Song» ou «Machine».
Vídeo:
Equilibrando o alinhamento principalmente entre o último disco, «Far» (2009), e o antecessor, «Begin To Hope» (2006), a cantora e compositora de 30 anos brilhou em momentos altos como «On The Radio», «Better» e «Dance Anthem of the 80s». Neste último tema, um breve problema com o sintetizador em que se preparava para tocar levou a que Regina soltasse a «palavra especial» que havia decorado em caso de engano: «Desculpe!», soltou de forma bem disposta, despoletando gargalhadas na plateia.
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Sozinha em palco, Regina Spektor voltou a marcar pontos e a revelar facetas que fazem dela uma artista como poucas. Com o humor de «Silly Eye-color Generalizations», cantado a cappella, com a veia punk de «That Time» na guitarra, com a beleza de «Après Moi» ao piano, e até com um «Poor Little Rich Boy», em que uma cadeira se transforma numa bateria nas mãos de Regina.
Em 100 minutos de concerto houve ainda tempo para músicas pedidas pelos fãs («Music Box»), revelações sobre uma corrida desenfreada da cantora até ao Guincho, e uma ponta final de luxo - após um dos momentos mais belos e intimistas, em «Samson», Regina voltou a contar com a ajuda da sua banda, percorrendo em crescendo «Us», «Fidelity», «Hotel Song» e terminando com uma animada e festiva «Love, You're a Whore» em jeito country.
«Teremos de voltar cá novamente», afirmou Regina Spektor, deliciada com a recepção dos fãs portugueses que certamente voltarão a marcar presença num eventual regresso da cantora ao nosso país.
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Alinhamento:
1. The Calculation
2. Eet
3. Folding Chair
4. Ode To Divorce
5. Blue Lips
6. Sailor Song
7. One More Time With Feeling
8. On The Radio
9. Laughing With
10. Machine
11. Better
12. Dance Anthem of the 80s
13. Silly Eye-color Generalizations
14. Bobbing For Apples
15. That Time
16. Après Moi
17. Poor Little Rich Boy
18. Human of the Year
19. Music Box
20. Samson
21. Us
22. Fidelity
23. Hotel Song
24. Love, You're a Whore
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