A digressão chama-se «Songs of David Byrne and Brian Eno», mas a verdade é que o ex-vocalista dos Talking Heads não traz consigo para a estrada o habitual produtor dos U2. À falta do co-autor de uma mão cheia das canções apresentadas no Coliseu dos Recreios esta terça-feira, Byrne entusiasmou a plateia com um espectáculo cheio de ritmo e repleto de momentos de dança.
O escocês esteve acompanhado em palco pela sua banda e por três dançarinos que refrescam indiscutivelmente o conceito do típico concerto de pop rock. Várias coreografias animaram grande parte dos temas e David Byrne entrou mesmo em algumas delas, empunhando a sua Fender branca ou sentado numa cadeira, de guitarra acústica ao colo.
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Vídeo:
O último concerto da tournée europeia arrancou de mansinho e foi ganhando ritmo e emoção junto do público que encheu o Coliseu. Confinada aos seus lugares sentados, a assistência foi, aos poucos, libertando-se de cerimónias até acabar toda de pé e a dançar. Inevitavelmente a dançar.
De branco e recordando os Talking Heads
Todos de branco, Byrne e companhia lançaram-se na apresentação do novo disco «Everything That Happens Will Happen Today», gravado em colaboração com Brian Eno. Mas foram as passagens pelo trabalho nos Talking Heads que, sem surpresas, contagiaram os fãs portugueses do músico que, aos 52 anos, não mostra sinais de cansaço em palco.
«Heaven», «Once In A Lifetime» e «Life During Wartime» - todas elas dos Talking Heads - constituíram os momentos mais altos antes da primeira despedida. Muitos não esperavam que David Byrne regressasse ao palco por três vezes, mas foi isso mesmo que aconteceu. Três encores carregados de entusiasmo e que voltaram a equilibrar o passado com a carreira a solo do escocês.
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David Byrne de tutu
E se Byrne já tinha surpreendido alguns com apontamentos de dança coreografada, o que dizer quando apareceu com um tutu de bailarina para interpretar «Burning Down The House»? Um momento para mais tarde recordar nas fotografias e vídeos criados pelos fãs, que logo no início do espectáculo foram incitados pelo músico a publicarem as imagens na Internet.
Nova despedida, nova ovação do público e novo regresso ao palco alguns minutos mais tarde. «Everything That Happens» fechou um concerto que celebrou a carreira de David Byrne. O Coliseu rendeu-se à voz, à presença e à música do homem que há 35 anos fundou os Talking Heads e que, desde então, não tem parado, por entre discos de estúdio, bandas sonoras, variadas colaborações e projectos de artes plásticas e fotografia. Se parar é morrer, então David Byrne está mais vivo do que nunca.
Fotos:
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