Dez anos após o lançamento do seu primeiro álbum de estúdio, os Sum 41 estrearam-se finalmente em concertos em nome próprio em Portugal esta quinta-feira.
Perante uma plateia repleta de rostos jovens (muitos seriam ainda crianças em 2001), o quarteto canadiano mostrou no Coliseu de Lisboa que continua a dar voz aos adolescentes através do seu rock - nuns casos mais pop, noutros mais punk.
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A energia em palco e na plateia logo aos primeiros instantes deixava adivinhar que esta seria uma noite bem suada. À dedicação de fãs que tinham esperado várias horas para guardar o melhor lugar à frente do palco, a banda respondeu com uma actuação de tirar o fôlego, quase não dando um segundo de descanso durante cerca de hora e meia.
Com um novo álbum que só chega às lojas no final de Março, os Sum 41 optaram por um alinhamento em formato de greatest hits, apresentando apenas dois novos temas e mais algumas surpresas extra. «Fat Lip», «In Too Deep» e «We're All To Blame» foram alguns dos êxitos recordados que persistem em mexer com plateias em todo o mundo (Lisboa não foi excepção), enquanto que «Skumfuk» e «Screaming Bloody Murder» (tema título do novo disco) foram recebidos com um entusiasmo assinalável apesar de ainda serem pouco rodados em palco.
Em homenagem a algumas das suas referências musicais, a banda trouxe também a Portugal a sua versão de «Rebel Yell», um original de Billy Idol, e passou brevemente por alguns dos melhores momentos dos Iron Maiden, Judas Priest, Ozzy Osbourne e Van Halen, ao som da guitarra de Tom Thacker, antes de se lançar para um medley da sua «banda de metal preferida», os Metallica. E, por momentos, «Master of Puppets» e «Enter Sandman» foram cantados a plenos pulmões no coliseu.
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Para além da melodia e dos refrães de sensibilidade pop, o metal faz mesmo parte do ADN do grupo canadiano. «Mr. Amsterdam» foi anunciada como «o metal dos Sum 41», mas os acordes pesados de guitarra também fizeram estremecer a sala lisboeta em «Over My Head (Better Off Dead)» ou «Motivation».
Do alto dos seus 165 centímetros de altura, o vocalista Deryck Whibley nem precisou muito de subir aos pódios montados em palco para comandar com destreza um público que desde cedo se rendeu à atitude e energia do quarteto. O resultado?: letras cantadas de braços bem estendidos no ar, mosh em várias zonas da plateia e uma atmosfera de comunhão perfeita de fazer inveja a muitas boas bandas.
Para vários fãs, este tornou-se num concerto ainda mais especial a partir do momento em que Deryck pediu para que subissem ao palco. A julgar pelo seu entusiasmo, o direito a assistir ao espectáculo bem de perto foi um sonho tornado realidade para esta dezena de jovens.
Volvidos oito anos sobre a estreia absoluta no nosso país, no festival Paredes de Coura, os Sum 41 continuam eternos adolescentes prontos a animar qualquer plateia por onde passem. E o próximo destino é o Hard Club, no Porto, já este sábado.
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Alinhamento do concerto:
1. My Direction
2. Skumfuk
3. We're All To Blame
4. Walking Disaster
5. Over My Head (Better Off Dead)
6. Rebel Yell [Billy Idol]
7. Screaming Bloody Murder
8. Motivation
9. The Hell Song
10. «Metal Mayhem» - Iron Maiden, Judas Priest, Ozzy Osbourne, Van Halen
11. Master of Puppets / Enter Sandman [Metallica]
12. Mr. Amsterdam
13. Underclass Hero
14. Makes No Difference
15. Still Waiting
16. In Too Deep
Encore
17. Pieces
18. Fat Lip
19. Pain For Pleasure
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